terça-feira, 16 de agosto de 2011

Batida brasileira

Foto cedida gentilmente por Flávia Leite
Não quero falar de calor, de baixa umidade do ar. Fica tão cansativo, né? Quero falar de Euterpe, antes que a ocasião passe.
Fui assistir ao show de Euterpe e banda no domingo no Teatro do Sesc Arsenal. De graça, dentro da programação do projeto Amazônia das Artes 2011.
Estava com um pouco de preguiça de sair de casa, depois de uma caminhada gostosa no Parque Mãe Bonifácia, mas fui. Ainda bem. Assisti a um dos show mais surpreendentes da minha vida. Não conhecia Euterpe até sexta-feira passada quando pesquisei sobre a cantora roraimense para escrever uma matéria para o caderno Ilustrado do Diário de Cuiabá.
Gostei do que descobri, a começar pelo nome: Euterpe, que é nome artístico - uma homenagem à musa da Música e também ao nome científico do açaí. Gostei ainda mais do título do show, que é o mesmo do CD de estreia da artista: "Batida Brasileira". Pronto, eu não podia perder a oportundidade de conhecer essa artista de Roraima, um estado distante, encravado lá no extremo norte do país e sobre o qual sei tão pouco.
Valeu a aposta. O show foi lindo, nem um pouco cansativo. A banda que acompanhava Euterpe era maravilhosa, embora eu tenha achado a bateria muito alta no início. Euterpe é maravilhosa: canta bem, é comunicativa, simpática, e tem uma expressão corporal fantástica, super sensual.  Eu disse sensual e não sexual. Portanto, esqueça qualquer coreografia apelativa e vulgar. 
Mesmo sem conhecer as músicas, o público participou bastante do espetáculo. Diga-se de passagem que havia pouca gente na plateia. Mesmo assim o show foi caloroso e, timidamente, nós, o público, respondemos ao convite de Euterpe para fazer coro numa canção.
A outra surpresa da noite ficou por conta de Eliakin Rufino, parceiro de Euterpe, poeta roraimense e diretor artístico do show. Ele recitou três poemas fortes acompanhados da banda. Foi um momento incrível. Antes de apresentar o último poema, Eliakin pediu a participação do público que deveria soltar sua porção capivara, emitindo o grito do animal acuado pelo caçador. Foi divertido. Confesso que minha capivara saiu meio tímida, inibida, porém algumas pessoas se soltaram mais e os resultados foram boas risadas e a sensação de comunhão entre artista e plateia.
Longe de mim querer esgotar o assunto aqui. Quero apenas contribuir para divulgar uma artista do Norte, que parece disposta a conquistar o público de outras regiões do país e tem talento para isso. A cultura brasileira é realmente surpreendente e rica e linda.


4 comentários:

Anônimo disse...

Valeu pela dica! Só fiquei a pensar que som faz uma capivara...
Abs

Martha disse...

É o som que cada um quiser ... Já vi muitas capivaras na vida, mas nunca vi nenhuma delas emitir um som sequer ... É um bicho muito silencioso. Isso que é o engraçado da história.

Fabio Gomes disse...

Martha, valeu pelo espaço para a cultura nortista. Edito o blog Som do Norte e já destaquei o CD de Euterpe como Disco do Mês (em abril de 2010, pouco antes dela ser citada pelo Nelson Motta).

Repercuti esta postagem e sua matéria para o DC em http://somdonorte.blogspot.com/2011/08/na-rede-show-de-euterpe-em-cuiaba.html

Martha disse...

Valeu, Fábio! Vou visitar seu blog.