segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Autocrítica

Não sei se falo da Líbia ou do meu final de semana. Não me julguem mal por essa dúvida. Fico ávida por notícias sobre a Líbia e pasma com as condição da vida e da luta nesse país. Mas fico angustiada de imaginar que daqui a pouco os grupos que se uniram para derrubar Khadafi estarão se degladiando pelo poder. Pessimismo? Não, realismo.
Pelo menos a vida (e a morte, sempre à espreita) seguem seu caminho.
Admiro (e não invejo) os jornalistas que fazem a cobertura em zonas de conflito e, na minha juventude, eu achava que isso era o verdadeiro jornalismo. Qualquer outra coisa que eu fizesse não era digna de ser chamado de jornalismo.
Arroubos da juventude. Hoje, confesso e reconheço minha covardia. Sou uma pessoa medrosa e não gosto de muita adrenalina. Acho que isso não me desmerece como profissional e ser humano, né? Realmente acho fantástico - e fundamental - o trabalho do correspondente de guerra, mas acho que não nasci para isso.
Tem gente que gosta de correr de motocicleta, tem gente que gosta de escalar montanhas geladas, tem gente que gosta de assistir a lutas de vale tudo, tem gente que gosta de jogar hóquei, tem gente que gosta de fazer cirurgia, tem gente que é capaz de passar horas na ponta do pé, enfim, tem gosto e talento para tudo.
No momento, gosto de escrever sobre arte, história, cultura. E de ouvir e assistir a pessoas fazendo arte, que é uma forma também de sensibilizar, provocar, transformar. E gosto de fazer arte.
Não tolero ver sangue e tenho pavor de me imaginar num campo de batalha. Odeio violência e acho importante (repito) os profissionais do jornalismo que se arriscam para denunciá-la, para transmitir ao mundo as imagens da guerra.
Mas decididamente não nasci para isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que você chama de covardia eu chamo de bom senso! rs