No caminho para o trabalho hoje, divaguei ... como sempre. Ainda mais que o meu iPod estava descarregado, o que me impediu de me distrair com a música.
Por alguma estranha razão (ou por várias), cresci acreditando num sistema meritório ortodoxo que funciona mais ou menos assim: quem recebe mais da vida (em termos de conforto, afeto, etc) tem obrigação de dar mais. Naturalmente, quem recebe menos tem obrigação de fazer menos. É claro que hoje sei que não é assim que as coisas funcionam.
Mas, continuando meu raciocínio, se eu nasci em "berço de ouro", numa família abastada, nunca passei fome, frequentei boas escolas, fiz uma universidade idem, tive a oportunidade de aprender línguas estrangeiras, música, etc, tudo que eu fiz é apenas minha obrigação.
Um exemplo concreto, eu não conseguia aceitar como elogio quando algum chefe ou jornalista veterano dizia que eu escrevia bem, já que, para mim, escrever bem era obrigação para qualquer jornalista. Se eu tocava bem piano ou violão também era pouco porque eu tinha estudado para isso. Tanto isso é verdade que chegou uma hora que parei de tocar, já que meti na cabeça que não tinha talento e/ou disciplina suficiente para ser uma exímia instrumentista.
Em outras palavras, sempre tive muito respeito por aqueles que "vieram de baixo" (sem querer fugir de uma expressão bem preconceituosa das chamadas elites), pelos self-made-men (ou women) e por aqueles que venceram adversidades como doenças, tragédias familiares.
Reconhecer isso é um passo importante (embora tardio) no meu processo de autoconhecimento e aceitação.
Outro dia, conversando com uma grande amiga que mora hoje em Uberlândia, eu me toquei do quanto me cobro para dar (ou por não ter dado) às minhas filhas tudo que recebi de meus pais, embora reconheça racionalmente que nem sempre ter tudo de mão beijada é sinônimo de felicidade.
De repente, me deu uma vontade de relaxar e ser feliz com o que sou e tenho. Parece simples, não? Mas dá um medo ...
Por alguma estranha razão (ou por várias), cresci acreditando num sistema meritório ortodoxo que funciona mais ou menos assim: quem recebe mais da vida (em termos de conforto, afeto, etc) tem obrigação de dar mais. Naturalmente, quem recebe menos tem obrigação de fazer menos. É claro que hoje sei que não é assim que as coisas funcionam.
Mas, continuando meu raciocínio, se eu nasci em "berço de ouro", numa família abastada, nunca passei fome, frequentei boas escolas, fiz uma universidade idem, tive a oportunidade de aprender línguas estrangeiras, música, etc, tudo que eu fiz é apenas minha obrigação.
Um exemplo concreto, eu não conseguia aceitar como elogio quando algum chefe ou jornalista veterano dizia que eu escrevia bem, já que, para mim, escrever bem era obrigação para qualquer jornalista. Se eu tocava bem piano ou violão também era pouco porque eu tinha estudado para isso. Tanto isso é verdade que chegou uma hora que parei de tocar, já que meti na cabeça que não tinha talento e/ou disciplina suficiente para ser uma exímia instrumentista.
Em outras palavras, sempre tive muito respeito por aqueles que "vieram de baixo" (sem querer fugir de uma expressão bem preconceituosa das chamadas elites), pelos self-made-men (ou women) e por aqueles que venceram adversidades como doenças, tragédias familiares.
Reconhecer isso é um passo importante (embora tardio) no meu processo de autoconhecimento e aceitação.
Outro dia, conversando com uma grande amiga que mora hoje em Uberlândia, eu me toquei do quanto me cobro para dar (ou por não ter dado) às minhas filhas tudo que recebi de meus pais, embora reconheça racionalmente que nem sempre ter tudo de mão beijada é sinônimo de felicidade.
De repente, me deu uma vontade de relaxar e ser feliz com o que sou e tenho. Parece simples, não? Mas dá um medo ...
2 comentários:
Ainda bem que não tens medo de escrever.O texto flui como se fosse íntimo do leitor.Parabéns.
Puxa! Ganhei o dia com seu comentário.
Obrigada!
Escrever não me mete medo; pelo contrário, me dá coragem.
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