segunda-feira, 15 de março de 2010

Dúvida 2

Parece que finalmente estou aprendendo a aceitar minhas falhas e precariedades. Não preciso ser perfeita para gostar de mim. Ufa, isso me tira um peso. É engraçado não acredito em céu, nem em inferno, porém a minha formação religiosa foi tão forte que muitos dogmas e crenças continuaram me acompanhando ao longo da vida ...
Essa formação me tornou ora indulgente, ora muito crítica em relação às pessoas. Criei de alguma forma um sistema de valores, em que as pessoas deveriam "ganhar" mais ou menos de acordo com o merecimento. É claro que, com o tempo, fui percebendo que as coisas não eram tão simples, porém nunca consegui me conformar (ou consolar) com ditados do tipo "Aqui se faz, aqui se paga", "Deus sabe o que faz", "Vão-se os anéis, ficam os dedos", "Deus dá o frio conforme o cobertor" e assim por diante.
O que é ser bom? O que é ser mau? Quem é pior: aquele que expõe a sua face sombria ou o hipócrita, que esconde suas verdadeiras intenções e posa de bonzinho? Quem está consciente do mal que pode causar ou aquele que acaba provocando o mal sem intenção?
Enfim, são questões praticamente sem resposta. Talvez ter consciência do nosso lado sombrio me torne mais condescendente e menos rancorosa em relação às outras pessoas.
Não tenho certezas. Só sei que o pior pecado, para mim, é a falta de generosidade. Não é fácil dar, mas acho que quem dá de coração só tem a ganhar.

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