terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ícone

Um amigo muito presente numa época do meu passado me disse hoje, de manhã, que sou um "ícone" para ele. Desde cedo isso não me sai da cabeça.
Quando trabalhava na divulgação do Festival Internacional de Pesca (FIP) em Cáceres, costumava me referir ao Etrúria, um vapor de passageiros que navegava pelas águas do rio Pantanal no início do século 20, como um "ícone" do passado.
Ícone é uma palavra forte e me remete a outro substantivo forte: iconoclasta, "que ou aquele que destrói imagens religiosas ou se opõe à sua adoração", segundo o Houaiss. Ou ainda "que ou aquele que ataca crenças estabelecidas ou instituições veneradas ou que é contra qualquer tradição".
Nunca me imaginei como um ícone, que, no sentido figurativo (sempre de acordo com o dicionário Houaiss), significa "pessoa ou coisa emblemática". Acho que foi nesse sentido que meu amigo me atribuiu a condição de ícone. Mas, do que eu seria "emblemática"?
Como fiquei meio nervosa diante de seu "elogio" (sempre fico diante de palavras elogiosas), não tive coragem de lhe perguntar. Preciso fazer isso. Em me senti honrada, mas ao mesmo tempo fiquei meio pensativa, nesse meu eterno processo de autoavaliação e autocrítica.

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