quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Engarrafamento mental

Com a possível mudança de minha filha caçula para outra cidade, minha vida está meio transtornada nos últimos dias. Temos que tomar decisões, providências burocráticas e, ao mesmo tempo, preciso tocar as coisas no trabalho, (re)organizar a casa depois das férias Às vezes acho que não vou dar conta; outras, que é muito barulho por nada.
Hoje, de manhã, um colega de trabalho comentou: "E assim caminha a humanidade", ao final de uma conversa rápida sobre vários assuntos. Perguntei: "Para onde?" "Para o fim", respondeu. Conversando há pouco com um colaborador da revista, falávamos sobre quão pouco as pessoas lêem, principalmente no meio rural. Para quem escrevo, afinal, na revista "Produtor Rural"? Mas esse é meu ganha-pão, é com esse dinheiro ganho honestamente que pago mal e porcamente minhas contas e vou levando a vida. Falo tanto de sustentabilidade, mas acho que não sou autossustentável.
Enfim, há momentos em que não estou satisfeita com a vida que estou levando e, (in) felizmente, sou daquele grupo de pessoas que questiona e, ao mesmo tempo, como já disse inúmeras vezes aqui, ainda não encontrei um sentido para vida, ou pelo menos, para a minha vida. É dar continuidade à espécie humana, acreditando que meus descendentes serão melhores que eu? O que realmente eu fiz - ou estou fazendo - para melhorar o mundo à minha volta? Essa é a questão central.
Li outro dia um artigo enviado por uma pessoa de quem gosto muito intitulado "Sobre tempo e trabalho", de autoria de Daniel Munduruku (escritor, filósofo, educador e blogueiro - danielmundukuru.blogspot.com), falando sobre a sabedoria do indígena em viver o presente. Adorei porque me lembrou uma forma de pensar que influenciou muito a minha adolescência - aquela busca de viver apenas o "aqui e agora", da filosofia oriental. Só que eu venho me cobrando muito pela minha dificuldade de pensar o futuro, de me planejar para o futuro e me sinto mal quando me pego feliz só porque estou ouvindo uma música de que gosto.
Como disse no início desse post, estou confusa - e consequentemente prolixa. Como vejo este espaço quase como um espelho (ou seria um divã?), estou apenas expressando meus pensamentos e inquietações num fim da tarde de um dia corrido e confuso.
Agradeço a atenção de quem chegou ao final e prometo posts melhores (pelo menos, mais assertivos).

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