segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Estatísticas

Li outro dia uma matéria da Agência Estado dizendo que o número de famintos do mundo disparou e os avanços em cortar a má nutrição nos anos 90 foram praticamente desperdiçados. Segundo o diretor-geral da FAO (a agência da ONU para Alimentação e Agricultura), Jacques Diouf, o número de pessoas passando fome subiu de 850 milhões em 2006 para mais de 925 milhões em 2007 e, se a atual tendência foi mantida, a meta de reduzir a fome pela metade apenas será alcançada em 150 anos.
Por outro lado, acabei de ler um release do Ipea dizendo que as primeiras análises da Pnad-2007 mostram que 13,8 milhões de brasileiros mudaram de estrato social entre 2001 e 2007. "Dividindo-se a população brasileira em três faixas de rendimentos, mais de 10 milhões deixaram o faixa do um terço mais pobre (que recebe até R$ 545,66 de renda familiar) e passaram a integrar a faixa intermediária (que recebe até R$ 1.350,82 de renda familiar). E 3,6 milhões saltaram dessa faixa intermediária para o terço superior de renda, que recebe acima de R$ 1.350, 82", informa a Assessoria de Comunicação do Ipea.
A desigualdade regional, entretanto, persiste: o Nordeste, por exemplo, concentra ainda hoje 49% de sua população vivendo com uma renda familiar menor que R$ 545,66, o que corresponde a 25,3 milhões de brasileiros.
São notícias ruins e razoavelmente boas. Penso sempre nas pessoas que estão por trás desses números e me sinto muito desconfortável por fazer tão pouco para aliviar a fome desses 925 milhões e reduzir a desigualdade social enfrentada por esses 25,3 milhões de brasileiros. É muita gente!

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