terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ainda sobre a viagem

Pessoal, ficando velha! Ainda estou podre da viagem ... Agora, por exemplo, acabei de chegar da aula de yoga (uma delícia), tomar banho (está um calor de cão) e estou morrendo de sono. Também pudera: se eu estivesse na Europa (como há alguns dias) agora seriam 2 h da madrugada! Não é pirante?
Aos poucos, vou entrando nos eixos. É claro que o clima não ajuda. É complicado viver em Cuiabá em setembro. Hoje, quando saí do trabalho, no final da tarde, a cidade estava cinza. Tão feinha, coitada! Meus olhos ardem, minha cabeça pesa.
Mas, vamos lá.
Nem sei como resumir minha viagem à Alemanha. Estou trabalhando na matéria para a revista, onde vou tentar sutilmente passar minhas impressões. O fato é o seguinte: a Bayer CropScience, uma das empresas da Bayer (aquela da Aspirina e do slogan "Se é Bayer é bom") é uma gigante do setor de agroquímicos. Isso quer dizer fungicidas, herbicidas, inseticidas, enfim, todos os "cidas" usados para matar bichinhos e plantas que atrapalham de alguma forma a lavoura. Eles trabalham com o tratamento de sementes e com a pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de sementes (convencionais e transgênicas). É um império medido em bilhões de euros e com interesses fortíssimos no Brasil que é, como dizemos no jargão do jornalismo do agronegócio, um importante "player" no mercado mundial de alimentos e energia.
Traduzindo em miúdos, tem altos interesses e muita grana investida nisso tudo. Se a gente quiser olhar pelo lado ruim, podemos falar em toneladas de agrotóxicos sendo usadas em imensas lavouras mundão afora. Se olharmos por um lado mais pragmático, vamos ver uma empresa e seus investidores ganhando dinheiro com a produção de mais alimentos e energia para a população mundial. Afinal todos gostamos de comer e andar com nossos automóveis.
O impressionante para mim é ver o quanto a Bayer investe na mídia. Afinal éramos 40 jornalistas latino-americanos (do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, México, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, etc) sendo transportados, hospedados e alimentados para prestigiar uma entrevista coletiva anual do presidente do Conselho de Administradores da Bayer CropScience. Conhecemos superficialmente a sede da empresa em Monheim na Alemanha e visitamos a planta de biotecnologia na Bélgica. O resto do tempo foi empregado em jantares, almoços, algumas horas de estrada e muitíssimas horas de vôo.

2 comentários:

Jornalista na Itália, que mudou para a Inglaterra disse...

Putz, que show essa maratona. Pena que é tudo tão rápido e a gente acaba não entendendo direito o que se passa. E aí, gastou muito o inglês? Conseguiu alguma exclusiva e furar os coleguinhas ou era tudo absolutamente dirigido?
Bueno, aos poucos tu vai voltando à rotina e contando pro amigo como foi tudo.
Beijo grande.

Martha disse...

Ah Glauco, como você disse, tudo muito dirigido ... Acabei de escrever a matéria principal em que tentei refletir um pouco isso. Não sei se consegui ...
Quanto ao inglês, falei menos do que gostaria pelo fato de estarmos num grupo de brasileiros, cercado por jornalistas latino-americanos e num país em que o inglês não é a língua principal.
Era uma verdadeira babel!
Bjs