sexta-feira, 17 de junho de 2011

Meu encontro com "um homem mau"

Sempre digo que meu trabalho me proporciona muitos encontros agradáveis, que talvez não acontecessem por outros motivos.
Ontem, por exemplo, fiquei uma hora e meia conversando com uma pessoa interessantíssima. Conheci-o no final de 2008 ou início de 2009 por conta de um trabalho que fiz, cujo desfecho, está próximo.
Tivemos um ou dois encontros cujo foco foi o trabalho que eu estava realizando (um livro sobre uma terceira pessoa à qual ele está ligado profissionalmente).
Esse homem, Wilson Britto, escreveu um livro lançado pela Editora Entrelinhas no ano passado: "Um homem mau - Aquele que encontrou a Liberdade, a Paz e a Felicidade". Tive a oportunidade de lê-lo no início deste ano e cheguei a postar alguns comentários no blog. Gostei tanto do livro que queria mantê-lo ao meu lado, na mesa de cabeceira, mas acabei emprestando para uma prima que se hospedou aqui em casa e ela ainda não me devolveu (mas vai fazê-lo, tenho certeza).
Ele vai lançar outros livros pela Entrelinhas e nossa conversa - matéria-prima para uma matéria dominical no Diário de Cuiaba - girou sobre isso. E como foi interessante!
Descobri alguém que pensa muito parecido comigo em relação a Deus. Ele não nega a existência de Deus, mas respondeu com tranquilidade à minha pergunta sobre o assunto: "Ele existe?"
Por ser de uma família muito católica, tenho muito receio de revelar minhas incertezas em relação a Deus e meus questionamentos em relação à religião.
“Eu não concebo esse Deus que castiga, que premia, que pertence a uma nação e não pertence à outra, que beneficia uns e não beneficia outros, que atende à oração de um e não atende à do outro, que precisa de intermediários. Tem pessoas que precisam disso para viver. Eu não", afirmou Wilson Britto, num trecho da entrevista.
É exatamente isso que penso. Detesto quando alguém diz "pedi pra Deus e ele me atendeu" se referindo a coisas tolas, como uma prova do Big Brother, por exemplo. Será que Deus não tem nada mais importante para se ocupar do que privilegiar uns e outros no reality show das baixarias?
Mas a coisa mais linda que seu Wilson me disse foi que se você usa seu talento para fazer o bem, para tornar o mundo pouco melhor, você se aproxima de Deus e aí entendo Deus não como alguém que pune ou premia e sim como o Bem. Ele acredita que a imortalidade se dá através de seus descendentes: você vive através de seus filhos, netos e, eu acrescentaria, obras. Diz que a felicidade não é ter prazer; é uma decisão de cada um e existe no aqui e agora.
Se quiser conhecer mais seu Wilson, leia minha matéria no Ilustrado de domingo ou leia o livro "Um homem mau".

Um comentário:

Anônimo disse...

Martha, bom dia. Li sua matéria no Diário de Cuiabá. Gostei. Agradeço lhe pela a oportunidade de mais uma vez estar com você (nosso encontro na sexta feira). Admiro bastante seu profissional. Alias gostaria de acrescentar que em se tratando do tema Deus, destacado por você, creio, podemos Dele nos aproximar não somente pela religião, mas também pela Estética e pela Ética. Assim, à Estética estaria vinculado o Talento e à Ética o amor. Por isso também creio que "riqueza existencial" é quando conseguimos associar o nosso talento (estética) à Ética (amor). Nada mais seria do que a realização do que preconizava Aristóteles: "Viver bem e agir bem". Abraços Wilson Britto