quinta-feira, 16 de junho de 2011

Aprender a só ser

Hoje estou com uma preguiça de escrever ... Acabei de fazer uma matéria para o jornal Diário de Cuiabá e daqui a pouco vou fazer uma entrevista para o Ilustrado de domingo. Tenho outras matérias para escrever para a revista Corpo e Arte (recebi hoje retorno de duas fontes) e mais alguma coisa para fazer em relação a outro frila (a edição de um boletim de uma entidade de médicos).
Queria abrir meu coração (como de hábito), porém tenho medo de ser mal entendida. Mas agora que puxei o fio da meada, vamos lá ...
Fiquei frustrada com o meu aniversário ontem. Não sei se não organizei bem ou se apenas tive o azar de pegar meus amigos num dia ruim. Pouca gente compareceu. Adoro o Chorinho às quartas e ontem estava um dia bem animado, por isso eu poderia simplesmente curtir a música, os amigos e conhecidos que estavam lá, mas como me preparei psicologicamente para receber mais gente fiquei um pouco ansiosa e não relaxei ...
Enfim, decidi que não vou mais fazer comemorações desse tipo. Pelo menos até o ano que vem ... 
É tão difícil pensar a médio e longo prazo. Hoje achei graça: estava entrevistando um jovem músico de Mato Grosso, de 19 anos, que vai fazer um show no Sesc Arsenal neste fim de semana. Perguntei como ele via seu futuro como músico profissional e ele mencinou alguma coisa referente a quando tiver 50 anos como uma coisa tão longe. Ele tem razão: 50 anos deve parecer uma coisa muito distante; ele deve ser imaginar um senhor aos 50 anos.
Acho que nunca me imaginei aos 50 anos, mas se pensasse certamente não me imaginarei como sou hoje. Sinto-me extremamente feliz por me sentir tão saudável (hoje decidi que vou começar a correr e corri) e ter momentos de imensa felicidade e emoção. Por outro, eu me sinto frustrada por estar tão fragilizada  do ponto de vista financeiro e me sinto só. Há alguns dias li um comentário de Valéria Polizzi, sobrinha e escritora, falando sobre a ilusão que as redes sociais provocam.
Para mim, as redes são boas para fazer contatos (hoje mesmo consegui o telefone do meu entrevistado através delas e resolvi outras questões profissionais) e, volta e meia, nos divertem, mas nada se compara a um bom abraço, um beijo ou uma mensagem de viva voz.
Na verdade, acho que a gente precisa, como diz Gilberto Gil num momento inspiradíssimo antes de virar político, "aprender a só ser".
Preciso aprender a só ser
Sabe, gente.


É tanta coisa pra gente saber.

O que cantar, como andar, onde ir.

O que dizer, o que calar, a quem querer.



Sabe, gente.

É tanta coisa que eu fico sem jeito.

Sou eu sozinho e esse nó no peito.

Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder.



Sabe, gente.

Eu sei que no fundo o problema é só da gente.

E só do coração dizer não, quando a mente.

Tenta nos levar pra casa do sofrer.



E quando escutar um samba-canção.

Assim como: "Eu preciso aprender a ser só".

Reagir e ouvir o coração responder:

"Eu preciso aprender a só ser."



4 comentários:

Tyrannus disse...

Marta, não fique assim. Não fomos à sua festa porque... você sabe, quando chegamos em casa não temos vontade e nem coragem de sair mais. Pensamos em você em pleno jogo Santos X Peñarol, imaginando se vc vai ou não gostar do nosso presente.
Bjos

Vera disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vera disse...

Poxa Marta, quem ficou chateada agora fui eu pelo deslize. Me perdoe mais uma vez, não fui mesmo pq não pude, é mto difícil andar sem ter um carro, ainda mais sozinha. Sai da escola de inglês mto tarde, tive que fazer reposição e depois é tão perigoso andar a pé ali naquele pedaço. Não fale assim, vc tem mtos amigos que gostam de vc de verdade, uma delas sou eu. Eu sou meio ausente mesmo, mas tenho mtas razões pra isso. Sinto tbém um pouco de solidão, tristeza, ganho mal, tenho medo do amanhã. Mas estou tentando dar a volta por cima e sozinha mesmo. Te gosto querida, de verdade!!

Martha disse...

Ih, gente, já passou. Já até esqueci que fiz aniversário ...
Passei o dia cantando essa música e descobri um outro sentindo pra ela. Não se trata de aprender "a só ser" no sentido de estar sozinho e sim de apenas ser, ou seja, viver o aqui e agora, sem ficar lamentando o que passou ...