sexta-feira, 4 de junho de 2010

Envelhecer

Hoje de manhã pensei com meus botões: uma das maiores felicidades da vida é saber envelhecer com dignidade. Aceitar que a pele já não é tão viçosa, que os cabelos não têm o mesmo brilho que antes, que os olhares já não se voltam para você com a mesma frequência que antes (que diferença isso faz se você sempre pareceu não perceber e morria de vergonha?)
Sei que falar isso é chover no molhado, mas como é difícil a gente se libertar da pressão da sociedade pela beleza, pela juventude. Outro dia minha amiga Bernadete Piassa escreveu em seu blog sobre a cobrança que existe em relação a um corpo magro http://piassa-braziliansoul.blogspot.com/.
Hoje, enquanto aguardava na fila das Lojas Americanas, vi uma dezena de revistas femininas (das mais baratinhas, de R$ 1,99, às mais sofisticadas), que vendiam dietas milagrosas, fórmulas incríveis para chegar ao corpo dos sonhos e perder aquelas gordurinhas extras. Eu, que trazia nas mãos um pacote de marshmallow, brinquei com minha filha caçula: "Ainda bem que a gente não tem esse problema".
Mentira, mas nem por isso ficamos obcecadas por ter o corpo dos sonhos. Mas como é difícil se sentir bonita, atraente na meia idade (uau, pesado esse termo, não?)
Quando a gente vê um cara mais velho, grisalho e bonito (são raros, por aqui) a gente pensa "que coroa bonitão!" Porém se alguém passar por mim e dizer que "que coroa bonitona", eu me sentiria meio incomodada.
Por que a gente tem que sempre esperar que as pessoas digam: "Nossa, 53 anos? Não parece!" Racionalmente, a gente diz: "O importante é ter saúde!" Claro que é, mas o mais importante mesmo é estar com a cuca boa para aceitar com tranquilidade os fatos da vida e até a possibilidade de um novo amor na, argh, meia idade.

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