Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz, 31 anos, morreu ontem no Pronto Socorro de Cuiabá, em consequência de espancamento sofrido no Shopping Goiabeiras no sábado passado.
Essa notícia lida na manchete de um jornal no supermercado quando eu fazia compras de manhã me chocou tanto que não poderia ser outro o tema deste blog hoje. Procurei me informar mais sobre o caso em outros jornais da cidade e o que consegui saber só aumenta o meu horror. Há pontos nebulosos na história: contador formado e vendedor ambulante Reginaldo estava na praça de alimentação do shopping - o mais antigo da cidade - quando funcionários de uma loja teriam acionado a segurança interna. Por quê? Isso não foi explicado até agora. A segurança arrastou o moço para algum lugar onde o espancou com correntes de ferro que foram encontradas com vestígios de sangue. Ele foi carregado num container e 'deixado do lado de fora". No pronto-socorro (os jornais não contam quem o levou pra lá), os médicos não quiseram operá-lo e ontem, três dias depois do espancamento, ele morreu.
O relato é triste, porém não reproduz o horror vivido por esse homem e o que provavelmente está vivendo agora sua família. Soube que ontem parentes e amigos de Reginaldo se reuniram em frente ao shopping em forma de protesto. É pouco.
Logo depois de ler a manchete, vi dois senhores no supermercado conversando a respeito de outro assunto e entreouvi a frase: "Deus sabe o que faz". Me deu uma vontade de parar e perguntar como eles entendiam um episódio como a morte de Reginaldo.
Há muitos anos, quando ainda morava em Cáceres e trabalhava na Unemat, fui testemunha de um caso emblemático. Eu acompanhava um importante professor da Unemat, com cargo na reitoria, e a gente fazia hora no Shopping Três Américas, depois do almoço, quando ele foi acusado de furto pela vendedora de um quiosque. Fomos levados à sala da segurança, ele foi revistado e, como nada foi encontrado, foi liberado. O que me espantou na cena foi a convicção com que a moça mantinha sua acusação. O shopping pediu desculpas ao acusado, mas este entrou com uma ação contra o Três Américas. Eu fui, inclusive, várias vezes chamada a depor como testemunha a seu favor. A última notícia que tenho é que ele ganhou ação, mas não sei se o shopping recorreu.
Na época fiquei imaginando o que poderia acontecer se o acusado fosse um qualquer, um desses guris mal vestidos que perambulam pelos shoppings, e não uma autoridade, de terno e gravata.
Como disse no início, não sei o que motivou a investida da segurança contra Reginaldo, mas nada, nada justifica tanta violência, nem um furto. O que leva as pessoas a maltratarem tanto e de forma tão covarde outro ser?
Essa notícia lida na manchete de um jornal no supermercado quando eu fazia compras de manhã me chocou tanto que não poderia ser outro o tema deste blog hoje. Procurei me informar mais sobre o caso em outros jornais da cidade e o que consegui saber só aumenta o meu horror. Há pontos nebulosos na história: contador formado e vendedor ambulante Reginaldo estava na praça de alimentação do shopping - o mais antigo da cidade - quando funcionários de uma loja teriam acionado a segurança interna. Por quê? Isso não foi explicado até agora. A segurança arrastou o moço para algum lugar onde o espancou com correntes de ferro que foram encontradas com vestígios de sangue. Ele foi carregado num container e 'deixado do lado de fora". No pronto-socorro (os jornais não contam quem o levou pra lá), os médicos não quiseram operá-lo e ontem, três dias depois do espancamento, ele morreu.
O relato é triste, porém não reproduz o horror vivido por esse homem e o que provavelmente está vivendo agora sua família. Soube que ontem parentes e amigos de Reginaldo se reuniram em frente ao shopping em forma de protesto. É pouco.
Logo depois de ler a manchete, vi dois senhores no supermercado conversando a respeito de outro assunto e entreouvi a frase: "Deus sabe o que faz". Me deu uma vontade de parar e perguntar como eles entendiam um episódio como a morte de Reginaldo.
Há muitos anos, quando ainda morava em Cáceres e trabalhava na Unemat, fui testemunha de um caso emblemático. Eu acompanhava um importante professor da Unemat, com cargo na reitoria, e a gente fazia hora no Shopping Três Américas, depois do almoço, quando ele foi acusado de furto pela vendedora de um quiosque. Fomos levados à sala da segurança, ele foi revistado e, como nada foi encontrado, foi liberado. O que me espantou na cena foi a convicção com que a moça mantinha sua acusação. O shopping pediu desculpas ao acusado, mas este entrou com uma ação contra o Três Américas. Eu fui, inclusive, várias vezes chamada a depor como testemunha a seu favor. A última notícia que tenho é que ele ganhou ação, mas não sei se o shopping recorreu.
Na época fiquei imaginando o que poderia acontecer se o acusado fosse um qualquer, um desses guris mal vestidos que perambulam pelos shoppings, e não uma autoridade, de terno e gravata.
Como disse no início, não sei o que motivou a investida da segurança contra Reginaldo, mas nada, nada justifica tanta violência, nem um furto. O que leva as pessoas a maltratarem tanto e de forma tão covarde outro ser?
2 comentários:
Sob o impacto causado pelo que acabo de ler, torna-se difícil expressar-me. Faço apenas 3 perguntas: Isso vai ficar assim, sem maiores investigações?
O que dá a seguranças de um Shopping ou de qualquer outro lugar o direito a essa violência?
Por que os médicos não quiseram operar o rapaz?
Não tenho respostas para nenhuma dessas perguntas. Acabei de ler os jornais da cidade, que estão dando ampla divulgação ao caso, mas cada vez entendo menos o que motivou tamanho barbárie.
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