segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Na Chapada

Recebi visita neste fim de semana, o que modificou - e intensificou - minha programação. Fomos à Chapada dos Guimarães no sábado. É curioso, mas só vou à Chapada quando tem gente de fora na minha casa. E é tão gostoso passar o dia lá! Visitamos o Véu de Noiva na nova roupagem pós-acidente ocorrido em abril de 2008 quando uma moça morreu e algumas pessoas ficaram feridas com um desmoronamento. Particularmente não achei ruim, embora tenha ficado um pouco complicado para quem vai com crianças ou pessoas idosas. Agora você tem que deixar o carro num estacionamento perto da guarita e ir a pé até o mirante do Véu da Noiva. A caminhada é agradável, porém sob o sol do cerrado torna-se um pouco árdua para quem não está acostumado. Se você quiser fazer o circuito de cachoeiras precisa combinar com um guia e agendar o passeio. Fiquei com um pouco de saudades dos passeios improvisados que fiz em três oportunidades diferentes em companhia de amigos e parentes. A gente simplesmente foi caminhando e buscando as cachoeiras do circuito, mas reconheço que havia riscos (de se perder ou se acidentar) e, em alguns pontos de mais fácil acesso, havia gente demais.
Visitamos a Cachoeirinha e a cachoeira dos Namorados que ficam numa área particular e, por isso, não tem um público muito grande, já que a entrada custa R$ 8 por pessoa, com direito a R$ 5 de consumo. Como tudo no bar é muito caro ...
Depois conheci finalmente a minha xará, a cachoeira da Martinha que fica no município vizinho de Campo Verde, a uns 30 km do Mirante principal da Chapada. A estrada, nova e asfaltada (MT-251), está ótima, porém, como tinham alertado meus amigos Yêda (ex-secretária de Desenvolvimento do Turismo em Mato Grosso e de Turismo e Meio Ambiente em Cáceres) e Rodrigo (este último um apaixonado por essa cachoeira), que estiveram lá em outubro passado, o local está sofrendo com a pressão do turismo desordenado. Dá para perceber como está depredado, com muito lixo (vi ate fralda descartável) e aqueles sinais de que tem muita gente frequentando o local (que fica perto da cidade de Campo Verde) sem muita noção do que seja preservação, conservação ou respeito pelos outros. Na chegada já deu para perceber aquele clima diferente: o som de um carro competia com o som que vinha da "lanchonete" instalada próximo ao balneário da Martinha, um lugar lindo, com um rio de águas límpidas e várias quedas d'água.
A Chapada é maravilhosa, mas o turismo lá ainda é meio caótico. Fala-se muito em preservação, etc, mas tudo ainda está muito na base do discurso. Por isso, sinceramente, fiquei feliz quando o funcionário do Instituto Chico Mendes que estava de plantão perto do Véu da Noiva me disse que quando vê alguém com uma latinha de cerveja ou refrigerante nas mãos já vai atrás porque sabe que o cara vai jogar no chão. A multa é de algumas centenas de reais. Infelizmente, parece que as pessoas só aprendem à base de medidas punitivas.

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