Lila

Hoje quero fazer uma homenagem à minha irmã Lila. Não é todo mundo que tem o privilégio de ter uma irmã como Lila. Diga-se de passagem que, em matéria de irmãos, fui bem privilegiada. No último dia 18 ela fez 87 anos. Falei com ela ontem por telefone e confirmei sua idade. A sensação é de estar falando com uma pessoa muito mais jovem, na faixa entre os 60 e 70 anos.
Lila segue cheia de planos, alegre e feliz com que a vida lhe dá, embora lamente a perda do marido, companheiro de décadas. Como formavam um casal bonito aqueles dois! Sempre que eu falava com Norberto por telefone ele tinha uma palavra de carinho para sua "querida". Nunca ouvi uma queixa, um resmungo da parte dele. Ela, faceira, aceitava os elogios do marido com simplicidade.
Norberto se foi, mas Lila felizmente continua entre nós. Na festa do réveillon do ano passado, que passamos juntas em Campo Grande, ela nos supreendeu dançando animada todos os gêneros musicais. Ontem soube que nos reencontraremos em breve, numa outra festa (de casamento de uma de suas netas) em 29 de dezembro, em Sorocaba. Fiquei feliz.
O mundo pode nos parecer bastante sombrio e assustador de vez em quando, mas esses reencontros familiares nos reconfortam e nos dão alento. Ver Lila tão íntegra, feliz e saudável , com olhos e a voz brilhantes, aos 87 anos, é uma fonte de energia e felicidade para mim e todos da minha família. É uma prova de que a beleza interior transborda para fora e que é possível conservar o brilho do olhar de uma criança às vésperas de se completar 90 anos.