Ontem cometi um erro: fui assistir ao show de Caetano Veloso sem procurar me informar sobre o que me aguardava. Provavelmente, pensei: Caetano é Caetano e ponto final. Não é bem assim.
Saí do Centro de Eventos do Pantanal decepcionada como muita gente ou, pelo menos, como todos que estavam no meu grupo. Eu tinha assistido ao "Cê" no ano passado e tinha gostado da jeito jovial do sexagenário Caetano no palco, acompanhado de uma banda jovem, bandaCê, que continua o acompanhando.
Mas ontem foi estranho. O som estava muito ruim realçando a estridência da guitarra em muitos momentos. Eu não conseguia ouvir o que Caetano estava "me dizendo". O espaço do Centro de Eventos do Pantanal é péssimo para shows: as pessoas ficam passando, os garçons vem pra acertar a conta do que foi consumido antes do show começar. Definitivamente não é uma casa de show. Eu mal conseguia enxergar Caetano ou desfrutar das belas imagens exibidas no fundo do palco, com uma iluminação extraordinária. Fiquei com vontade de ir lá pra frente para ver melhor as caras e bocas de nosso astro, apreciar seus pulinhos e rebolados.
Acreditem, adoro Caetano e o coloco numa espécie de altar particular, onde o lugar principal está reservado para "São" Chico, que disputa seu espaço com Mílton, secundados por Gilberto Gil e Paulinho da Viola. De todos os citados, talvez, seja ele, Caetano, quem mais tem feito um esforço para se renovar como compositor e intéprete. Ao mesmo tempo, Caetano é todo camaleão. Tem o Caetano que faz show em homenagem aos 50 anos da Bossa Nova com Roberto, o que canta no filme "Volver", o que grita "Rata" e incendeia o público do Circo Voador (segundo me relataram do Rio).
Qual Caetano as pessoas de Cuiabá foram ouvir? Um cara gritou lá do fundo: "Tieta"! Fiquei morrendo de medo de que ele resolvesse atender ao pedido do rapaz. Ou ainda que cantasse "Sozinho" ou "Leãozinho", como muitas pessoas esperavam. Não é desse Caetano que gosto mais, mas concordo que ele poderia mesclar as músicas do último CD com mais canções antigas (a propósito, adorei ouvir a nova versão de "Objeto não identificado").
Talvez se eu conhecesse mais as novas músicas do CD "zii e zie" - ou tivesse lido mais o blog Obra em progrresso - teria desfrutado mais do show e sairia mais feliz (Caetano é um grande cronista do mundo contemporâneo). Para mim, faltou ligação, emoção.
Saí do Centro de Eventos do Pantanal decepcionada como muita gente ou, pelo menos, como todos que estavam no meu grupo. Eu tinha assistido ao "Cê" no ano passado e tinha gostado da jeito jovial do sexagenário Caetano no palco, acompanhado de uma banda jovem, bandaCê, que continua o acompanhando.
Mas ontem foi estranho. O som estava muito ruim realçando a estridência da guitarra em muitos momentos. Eu não conseguia ouvir o que Caetano estava "me dizendo". O espaço do Centro de Eventos do Pantanal é péssimo para shows: as pessoas ficam passando, os garçons vem pra acertar a conta do que foi consumido antes do show começar. Definitivamente não é uma casa de show. Eu mal conseguia enxergar Caetano ou desfrutar das belas imagens exibidas no fundo do palco, com uma iluminação extraordinária. Fiquei com vontade de ir lá pra frente para ver melhor as caras e bocas de nosso astro, apreciar seus pulinhos e rebolados.
Acreditem, adoro Caetano e o coloco numa espécie de altar particular, onde o lugar principal está reservado para "São" Chico, que disputa seu espaço com Mílton, secundados por Gilberto Gil e Paulinho da Viola. De todos os citados, talvez, seja ele, Caetano, quem mais tem feito um esforço para se renovar como compositor e intéprete. Ao mesmo tempo, Caetano é todo camaleão. Tem o Caetano que faz show em homenagem aos 50 anos da Bossa Nova com Roberto, o que canta no filme "Volver", o que grita "Rata" e incendeia o público do Circo Voador (segundo me relataram do Rio).
Qual Caetano as pessoas de Cuiabá foram ouvir? Um cara gritou lá do fundo: "Tieta"! Fiquei morrendo de medo de que ele resolvesse atender ao pedido do rapaz. Ou ainda que cantasse "Sozinho" ou "Leãozinho", como muitas pessoas esperavam. Não é desse Caetano que gosto mais, mas concordo que ele poderia mesclar as músicas do último CD com mais canções antigas (a propósito, adorei ouvir a nova versão de "Objeto não identificado").
Talvez se eu conhecesse mais as novas músicas do CD "zii e zie" - ou tivesse lido mais o blog Obra em progrresso - teria desfrutado mais do show e sairia mais feliz (Caetano é um grande cronista do mundo contemporâneo). Para mim, faltou ligação, emoção.
4 comentários:
Martha,
Ontem enquanto eu assistia ao show de Elton John e Billy Joel na Filadélfia, fiquei pensando em você vendo o Caetano e como as nossas experiências na certa seriam diferentes. Elton John e Billy Joel se apresentaram num estádio onde cabiam 25.000 pessoas e que estava lotado. Só pude vê-los de longe, mas não teve problema porque havia aqueles telões nos dois lados do palco. Primeiro eles cantaram juntos e depois cada um fez seu show. Ao todo foram 3 horas de festa, com o povo dançando nas cadeiras e tomando cerveja. Fiquei surpresa de ver como tinha gente jovem, porque os dois eram mais famosos nos anos 70. Como o Caetano, os dois já estão na casa dos 60...
Martha,
Não te conheço,mas achei seu post interessante e resolvi comentar aqui. Você deu mesmo azar de assistir ao show num lugar inapropriado. Já vi esse show em lugares variados (da Concha Acústica de Salvador ao Credicard Hall em São Paulo)e posso te afirmar: o show pode ser (e quase sempre é) pura emoção. Estranhei você dizer que ele poderia ter cantado mais músicas antigas: só dele, são 9! Se você tiver chance de assistir novamente, em outro lugar, não perca. Você não vai se arrepender.
Heloisa
Agradeço os dois comentários.
Heloísa, por incrível que pareça, ontem ouvi várias canções de "Zii e zie". Realmente, acho que minha sensação seria diferente se tivesse mais informação sobre o show e se o local fosse mais apropriado.
Quanto à observação sobre músicas mais antigas, você tem razão. Na verdade, ela canta vários antigos sucessos (como "Irene", "Maria Bethânea"), mas talvez sejam menos conhecidos de boa parte do público de Cuiabá.
Perfeito, Martha. São minhas também as suas palavras, nas observações. E destaco a lambança que os "empresários" da música fazem ao "meter a mão" numa produção dessas, que requer muito cuidado ao aproximar o músico do público, especialmente no tocante à VISUALIZAÇÃO e ao SOM.
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