quarta-feira, 15 de julho de 2009

Por quem os sinos dobram

Um dos romances que mais me marcou na adolescência foi "Por quem os sinos dobram" do escritor norte-americano Ernest Hemingway (1899-1961). A história se passa na Guerra Civil Espanhola e fala sobre heroísmo, coragem, mas o que sempre ficou na minha memória foi a epígrafe: "Não me pergunte por quem os sinos dobram, eles dobram por ti".
Desnecessário explicar, não é mesmo? Pois foi esse pensamento que me veio à mente quando senti as lágrimas rolarem após ter lido meio por acaso a história de duas pessoas comuns assassinadas em São Paulo, numa série de reportagens especiais do portal Terra. Li sobre a morte de uma executiva e de um ciclista, entregador de uma lanchonete. Este último morreu durante uma perseguição a ladrões pela polícia. Segundo a versão da polícia, os supostos ladrões balearam o rapaz para atrapalhar a caçada, já que os policiais pararam para prestar socorro ao rapaz. Será ???
Não importa, o que importa é que ele morreu deixando uma mãe e uma irmã ainda mais traumatizadas, já que o pai desse rapaz morreu assassinado num assalto frustrado quando o filho tinha apenas 10 anos.
É impressionante como a tragédia bate à porte insistentemente de pessoas comuns, que não brincam com o perigo, nem buscam a morte. Eu não consigo entender e fico muito assustada, imaginando por que isso acontece com uns, enquanto outros parecem viver tão felizes.
Ontem, à noite, meus olhos também se encheram de lágrimas ouvindo relatos de alunos e da professora de uma escola que funciona numa fazenda e que será alvo da reportagem que estou fazendo para a revista Produtor Rural. São histórias simples e comoventes de pessoas muito simples, "desimportantes", para quem estudar é a porta para uma vida melhor. Será ???
Não importa, o que importa é que eles têm a esperança dessa vida melhor e acreditam no que fazem.

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