segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pantanal

Sou absolutamente apaixonada pelo Pantanal. Não pelo Pantanal das novelas, revistas e fotos, e sim pelo Pantanal de verdade, com seus desconfortos, calor sufocante, temporais assustadores, mosquitos, insetos e outros bichos, ameaçadores ou não. Meu sonho é conseguir um dia escrever um livro ambientado no Pantanal, que pode ser ficção ou não.
Por que toda essa introdução? Ando muito emotiva e, no sábado de manhã, fiz uma entrevista com um fotógrafo especialista em fotos do Pantanal. A conversa durou mais de uma hora e à medida em que ele ia descrevendo cenas e passagens emocionantes, contando as histórias por trás das fotos, fui me emocionando de um tanto. Acho que ele percebeu que cheguei até a secar algumas lágrimas que insistiam em sair dos meus olhos.
Pensei muito ontem e anteontem, e cheguei à conclusão de que o período mais feliz, mais intenso da minha vida, foram os anos que passei viajando para o Pantanal de Cáceres, no final dos anos 80 e início dos anos 90.
Claro que não era o Pantanal sozinho o responsável por tanta felicidade. Era tudo: o casamento, a possibilidade de uma relação a dois tão íntima, as pessoas que conheci na minha fazenda e nas propriedades do caminho, a minha primeira gravidez, a chegada da primeira filha, que viajou de carreta com pouco mais de um mês de vida.
Eram tempos heróicos, mas lindos, e as pessoas de Cáceres não entendiam como eu, vinda do Rio de Janeiro, conseguia ficar lá e eu não conseguia entender como elas suportavam aquela vidinha monótona de Cáceres.
Com o tempo, por causa da falta de grana, o nascimento de uma segunda filha, mas principalmente pela dificuldade de viver da fazenda do Pantanal, fomos forçados a ficar mais na cidade e, aos poucos, o Pantanal passou a ser uma lembrança na minha vida - uma espécie de sonho, que tinha seus momentos de pesadelo (quando surgiam as baratas monstruosas e outros animais assustadores).
Meu coração ficou muito apertado neste fim de semana. Hoje, está um pouco melhor, mas não queria deixar de registrar esses sentimentos no blog.
A saudade dói.

Um comentário:

R. ORTEGA disse...

Martha, falar do Pantanal do Mato Grosso para mim tambem é como se fosse lembrar de momentos mágicos eu que nasci no meio de Pantanal, Fazenda Porto da Piúva, da familia Costa Marques. Deus foi tão bom comigo, que me fez voltar definitivamente para este santuário ecologico, e ficar ao lado dos parentes, amigos, conhecer pessoas belas como voce
Martha. Porque voce não nos brinda com um livro falando do Pantanal, usando a sua maravilhosa técnica de escrever? Um grande abraço..