sexta-feira, 29 de julho de 2011

De pernas pro ar

Ontem vivi uma experiência inédita: visitei uma "boutique sensual".
Lembra aquele papo de que o ser repórter me permite fazer coisas que não faria normalmente? Pois é, ontem foi uma dessas ocasiões: passei boa parte da manhã numa boutique sensual.
Juro que não comprei nada, mas fiquei bem tentada ... Foi engraçado e tenso ao mesmo tempo.
Fui fazer uma matéria que será publicada no Ilustrado do Diário de Cuiabá de domingo, por isso não posso adiantar muita coisa (para não levar um puxão de orelha do meu chefe, o Tyrannus do "blog ao lado").
Mas aqui posso contar algumas coisas que não disse na matéria, que foi mais comportamental. Há poucos dias assisti por acaso ao filme "De pernas pro ar".
Tempos atrás, Diana, minha filha mais velha pegou o DVD e disse que era chatinho, por isso nem cheguei a me esforçar para ver, porém na segunda-feira da semana passada cheguei em casa cansada e Marina, a caçula, estava assistindo ao DVD e eu me deixei ficar ao lado dela.
Apesar de algumas cenas exageradas, eu me diverti muito. Dirigido por  Roberto Santucci, o filme conta a história de uma profissional de marketing super eficiente e meio neurótica, Alice, interpretada por Ingrid Guimarães, que de repente vê sua vida de pernas pro ar. O marido pede um tempo, ela é demitida da empresa. 
A vida de Alice se cruza com a da vizinha Marcela, interpretada por Maria Paula, que faz o papel de Maria Paula, ou seja, a boazuda, sensual, que no filme é dona de uma sex shop decadente.
Papo vai, papo vem, as duas viram sócias, o negócio prospera loucamente e tudo - vida sexual, afetiva - se resolve para as duas.
O filme tem umas cenas muito engraçadas, como a primeira noite de Alice com o coelho/vibrador. Outra cena hilária é a do jogo de futebol: Alice está usando uma calcinha com um estimulador que reage a qualquer música. Ela acaba sendo uma das torcedoras mais animadas para deleite do filho inocente.
O filme toca em alguns preconceitos, como o de Alice em relação à Marcela, e tabus, como a questão do orgasmo feminino, etc.
Pois ontem eu me vi diante de duas mulheres de carne e osso que pareciam personagens do filme. E elas - a dona e a gerente da boutique sensual - estavam ali prontas para me apresentar um mundo sedutor e totalmente desconhecido.
Para complementar a reportagem entrevistei uma terapeuta de casais muito legal e ela disse que muitas mulheres, apesar de toda a aparente liberação sexual, continuam apegadas aos padrões de suas mães em termos de sexo.  Disse ainda que tem uma geração nova que está querendo quebrar tudo, mas está quebrando a própria cara e enfrentando DSTs, gravidez indesejada e resvalando para a vulgaridade.
Não vou dizer mais, só posso assegurar que a matéria mexeu muito comigo.
Dizem que não existe coincidências.

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