quarta-feira, 27 de julho de 2011

Profissão repórter

Descobri uma qualidade em mim! Como não sou muito generosa comigo mesmo, preciso compartilhar esta descoberta.
Como vou explicá-la? Tenho uma capacidade grande de tirar leite de pedra. Em outras palavras, é muito dfícil eu pegar uma pauta e não conseguir fazer uma (boa) matéria.
Pauta, para quem não é do métier, é a ideia básica que pode gerar uma matéria jornalística.
Tem pautas que chegam à redação, outras que estão na cara e ainda outras que precisam ser "criadas". Um bom jornalista não inventa a pauta, porém pode criar uma a partir de fatos aparentemente corriqueiros ou que não chamam atenção por si só.
Uma das funções do bom assessor de imprensa é exatamente a de oferecer pautas para os jornalistas, atrai-lo para o seu assessorado, seja ele uma pessoa ou uma empresa. É claro que muitos assessores nem precisam se dar a esse trabalho e até fazem o antijornalismo, ou seja, eles querem evitar que o jornalista chegue a seu assessorado.
Mas isso é outra história e estou divagando, como de hábito.
Voltando ao início, eu me toquei de que dificilmente derrubo uma pauta. Basta ter uma pessoa que fale, uma historinha bacana, para que eu consiga criar uma matéria legal.
Quando eu trabalhava na revista Produtor Rural, jamais - que eu me lembre - voltei da rua (em geral de uma viagem) sem uma boa matéria.
Houve uma ocasião em que viajamos - o fotógrafo José Medeiros e eu - e não conseguimos chegar à cidade onde faríamos a matéria (Nova Marilândia) porque passei muito mal. Tive que fazer a entrevista principal depois por telefone, mas mesmo assim não perdemos a viagem. Conseguimos ótimos personagens no restaurante de beira de estrada onde paramos para tomar um fôlego e adiantamos o nosso lado. 
Gosto muito de ser repórter, da possibilidade de abordar e conversar com pessoas com as quais não falaria normalmente, visitar lugares e viver situações aos quais não teria acesso em outras circunstâncias.
Agora que estou trabalhando no Ilustrado do Diário de Cuiabá tenho conversado com muitos artistas e pessoas ligadas à cultura. É muito legal e, de vez em quando, tenho a oportunidade de descobrir novas facetas em pessoas que já conhecia e que nem curtia tanto. O contrário também pode acontecer, mas ainda não aconteceu.
Pena que repórteres não sejam muito bem remunerados. Embora façam a matéria-prima de jornais, revistas e outros produtos jornalísticos, em geral, ganham menos que profissionais de outras funções, que também não ganham assim tão bem.  Na verdade, o jornalismo é meio como o futebol: tem uma meia dúzia de estrelas (que nem sempre são os craques da bola) que ganha muito bem e o resto ...
Mas acho que sou uma repórter nata. Posso até desempenhar outras funções eventualmente (afinal, há sempre muitas contas a pagar), mas gosto mesmo é de ser repórter.   

Nenhum comentário: