segunda-feira, 4 de julho de 2011

A era da inocência

Desde que eu me entendo por gente (e isso faz tempo), sei que rola muita corrupção em órgãos ligaodos a obras públicas. Era assim no tempo do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), hoje repaginado como DNIT - alvo do escândalo da hora.
A história de relações ilícitas e obscuras entre governo, empreiteiras e partidos políticos vêm de longe e, provavelmente, nem é exclusividade brasileira.
É uma pena que seja assim. Na época, a gente, bobinha, achava que era coisa do governo militar que, apesar de ter sido implantado para varrar a corrupção, logo caiu de boca nela. E assim foi sendo construído o Brasil grande, com obras faraônicas, super faturadas, algumas bem sucedidas, outras nem tanto (como a Transamazônica).
Na época, nos idos dos anos 70, eu pensava, como muitos da minha geração, que um dia isso acabaria e que chegariam ao poder legítimos representantes do povo que tomariam decisões baseados no interesse público. Histórias da carrochinha ...
Não gosto de cair na vala comum de dizer todo mundo é corrupto e o mundo não tem jeito, mas sinceramente não sei o que dizer, nem em quem acreditar.
Não me venham dizer que as coisas estão melhorando porque hoje a mídia denuncia, etc. Há mais de 20 anos, o jornalista Jânio de Freitas, premiadíssimo, já era mestre em denunccar que as licitações no governo eram feitas com cartas marcadas.
Lamento, mas hoje está difícil ter esperança num Brasil melhor. Só queria muito que todos os que realmente são corruptos pagassem por seus crimes da mesma foram que os ladrões que roubam casas e assaltam pessoas na rua ... Ladrão é ladrão, seja ele de colarinho branco ou do tipo mais reles. Mas eles se protegem e os do primeiro tipo geralmente acabam premiados com aposentadorias invejáveis ou cargos em tribunais que deveriam fiscalizar as obras públicas, que ajudaram a superfaturar. 

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