terça-feira, 26 de julho de 2011

Dia do Escritor

"Escrever é gravar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena - e disso vem o valor da literatura . Por meio dela, fixam-se os aspectos da alma de um povo ou pelo menos instantes da vida desse povo".
A frase é de Monteiro Lobato e me foi apresentada por meio de um email da Editora Entrelinhas parabenizando-me pelo Dia do Escritor.
Pensei muito na mensagem de Lobato, um escritor que fez a minha cabeça e de muita gente na infância e na pré-adolescência.
Volta e meia vem à baila essa história de antena. Já falei aqui, acredito, sobre sintonizar "boas ou más estações". Como escritora tenho procurado, através do jornalismo, sintonizar "reações psíquicas" positivas.
Será isso fruto de uma necessidade vital de realçar o que é bom, belo e instiga nossa sensibilidade, a vontade de fazer mais e melhor?
À qual distância estou de fazer literatura? O que faz da literatura literatura? A questão parece fácil de ser respondida, mas não é.
Será que faço literatura? Mereço o título de escritora? Se a editora resolveu me endereçar sua homenagem devo fazer.
Tenho dois livros publicados pela Entrelinhas e já mencionados aqui. O primeiro, "Cantos de amor e saudade", de 2005, foi escrito em 1998, quando ainda morava em Cáceres e é uma biografia que se entrelaça com a história do próprio município. Ele mora no meu coração.
O segundo, "Canopus, uma história de sucesso", de 2011, também é uma biografia e conta a história de um empresário, a criação de sua empresa e sua trajetória de sucesso.  Como foi um livro encomendado, não o sinto tão meu. Não tive a mesma liberdade de criação, embora tenha me esmerado para contar uma boa história, ou seja, lancei mão de várias técnicas literárias para prender a atenção do leitor. 
Escrever é muito bom, mas é cansativo também. E muito desafiador. Você sempre pode fazer melhor. Cada vez que releio um texto, sinto que ele poderia ser melhor, mais enxuto, refinado. 
Às vezes acho que sou meio louca de escrever tanto neste blog, sem muita preocupação com o texto. Apenas dou vazão ao que passa pela minha cabeça e ao que toca ou aflige meu coração. 
É meio como água. A gente abre a torneira e ela vai escorrendo pelo ralo ou bueiro para se juntar a outras águas mais adiante. Um dia, quem sabe, chega num rio, no mar, evapora, vira nuvem, volta pra cá em forma de chuva, ou então pode ser consumida, irrigar outras plantações.
A palavra nunca se perde totalmente, assim como os escritos de jornalistas/escritores. 

4 comentários:

Dete disse...

Feliz dia do escritor, Martha. Você é uma escritora sim. E de mão cheia!

Martha disse...

Obrigada, Dete! Somos!

THE LOOSER, disse...

seu blog é muito bom (: é cabeça e inteligente, diferente de muitos outros blogs que vemos por aqui, gostei.
estou te seguindo, e queria que você me seguisse também,

http://shakeshakenowbabe.blogspot.com/
obrigada desde já, beijos:*

Martha disse...

Obrigada! Assim que sobrar um tempinho vou conhecer o seu blog.
Bjs