quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sob proteção

Hoje, enquanto aguardava o desenrolar de um exame de saúde da minha filha (que não desenrolou porque a Unimed dela é de Cáceres e ia levar de 24 a 48h para fazer a auditoria; isso no tempo da internet, mas deixa pra lá), peguei uma revista Veja velha para folhear (por que os consultórios onde a gente mais espera sempre só tem revista velha???)
Não vi a data, mas abordava as semanas logo depois do terremoto no Haiti, que aconteceu em janeiro do ano passado. Tragédia velha ... Tantas outras já aconteceram depois ... Imagens terríveis de pessoas mortas, sendo linchadas porque tinham participado de saques, um homem com o corpo da filha ensaguentado nos braços, um horror ...
Há três semanas a gente se horrorizava com a tragédia da região serrana do Rio de Janeiro que certamente não acabou, já que as consequências da tragédia ainda estão sendo sentidas por quem está por lá, assim como as do terremoto no Haiti.
 Ontem mesmo conversávamos minha irmã Jane e eu sobre a região serrana e ela contou que uma amiga que tem casa em Itaipava e esteve lá no final de semana disse que os restaurantes e os hotéis estão às moscas.
No Haiti as coisas parecem estar bem piores.
Agora, a bola da vez na mídia televisiva (leia-se Globo) é o Egito. Impressionantes as imagens hoje do confronto entre a turma pró e contra Mubarak. Pedras pra todo lado, o pau quebrando, gente sangrando, barra pesada total. Como esse povo é sofrido e desesperado e valente!
Diante disso eu me refugio numa imagem muito bacana que minha sobrinha Dete criou ontem em seu blog http://www.piassa-braziliansoul.blogspot.com/ 
Ela comparou nossa família a uma tribo, que se protege, se interessa por tudo que acontece com outro membro, mesmo a distância e ajuda na medida do possível.
Achei tão gostosa a ideia de pertencer a essa tribo, que, embora espalhada pelo Brasil e pelo mundo (tem gente nos EUA e na Europa nesse momento, mas já teve parente morando na Austrália, na Coreia do Sul), consegue se manter em contato nesta "aldeia global" graças ao telefone, aos blogs, emails, orkut, facebook, skype e toda essa parafernália.
Fico orgulhosa de duas irmãs mais velhas (setentonas) que aprendaram há pouco o bê-a-bá da internet e já conseguem acompanhar nosso bla-bla-bla digital.
Nossa tribo é democrática e bem aberta. Ela é meio matriarcal, mas é bem receptiva aos novos membros desde que o "parêntese" (ou agregado) não apronte com algum integrante nato do clã. Nesse caso ele (ou ela) será tratado educadamente como pai ou mãe dos mais novos membros da tribo, porém nunca mais será considerado um membro de verdade.
Mas amamos perdidamente os "parênteses" que entraram na tribo, se integraram a ela e ficaram até partirem para... onde?
Fazer parte de uma tribo assim é um tremendo consolo neste mundo caótico e aparentemente sem sentido.

PS. Acabei de me tocar que nossa tribo não tem cacique!

Um comentário:

Terezinha Costa disse...

Algumas pessoas (quase sempre mulheres) são extremamente agregadoras, na família, no trabalho, no círculo de amigos. Outras, ao contrário, tem atitudes desagregadoras, são pessoas sem harmonia interna, que acabam contaminando o ambiente ao redor. Provavelmente sua família teve a sorte de contar com várias pessoas do primeiro tipo, que acabaram criando e preservando essa cultura familiar.
Bjs.
Terezinha