sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Em obras

Meu prédio entrou em temporada de obras. Começou com a piscina e área de lazer, que está em obras há ... seis meses ou mais. Ah, teve também o período de pintura do prédio com todos os transtornos que isso traz (cheiro de tinta, pintor pendurado na sua janela, janelas travadas por causa da tinta, etc).
Depois os donos de um apartamento do meu andar fizeram uma mega reforma. Barulho, poeira, etc. 
Como se não bastasse, ontem começou aquele barulhinho irritante de batidas no andar de cima. Interfonei para saber a extensão do problema e o meu porteiro preferido disse que é uma reforma no banheiro do apartamento de cima. Isso significa que tenho que me preparar para alguns dias de barulho, o que é muito desagradável para quem está trabalhando em casa e já enfrenta outros dissabores (calor, falta de mesa e cadeira apropriadas).
Como hoje acordei zen, resolvi combater o barulho com música. Liguei a Rádio Senado e logo começou uma programação direta do Senado, só de discursos. Taí uma coisa que não pretendo fazer na vida, talvez só sob tortura: ouvir blá blá blá de senador.
O jeito foi apelar para o CD e estou muito bem servida, ouvindo Tereza Cristina interpretando sambas maravilhosos (um presente da minha amiga Mônica). A dificuldade maior é controlar a vontade de sair sambando e cantando em vez de trabalhar!
Dos males o menor. O som da obra praticamente sumiu (só me lembrei dele quando estava escrevendo).
Mudando de assunto, hoje acordei pensando na minha vida. Acho que ela está meio monótona. Eu deveria estar feliz de estar mais acomodada, mas não é do meu feitio e nem tenho condições financeiras para isso.
Você também tem uma sensação de vez em quando de que "era feliz e não sabia?" Sempre tenho. Penso na minha vida no Rio pré Mato Grosso e morro de saudades. Penso na minha vida de casada em Cáceres indo para o Pantanal, cuidando de minhas filhas e do meu então marido, e morro de saudades. Penso em tudo que vivi em Cáceres e morro de saudades. Penso nas viagens que fiz pela revista Produtor Rural e morro de saudades e assim por diante.
Isso prova uma coisa: eu fui (?) uma pessoa feliz. É claro que quando começo a analisar cada passagem mais detalhadamente acho um monte de motivos para ficar chateada, triste, irritada, ou seja, a gente tende a esquecer a parte chata e só lembrar das coisas boas, não é mesmo?
Um dia, provavelmente, pensarei no "aqui e agora" e direi: "Como eu era feliz!" Isso só prova uma coisa: sou quase sempre uma pessoa feliz. Ora, como diz o autor do livro que estou lendo ("Um homem mau"), Wilson Britto, o que a maioria de nós conhece são "soluços de felicidade".
E a felicidade plena? Será que existe?
Ainda não terminei o livro e nem estou com tempo para me alongar mais sobre o tema.

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