Hoje saí mais cedo do ensaio do Coral Cantorum (o regente estava muito gripado) e passei na casa de um casal amigo para deixar uma encomenda. A TV estava ligada no SBT e começamos a ver a novela "Pantanal". Desde que começou essa polêmica em relação aos direitos de exibição da novela - uma produção da extinta TV Manchete que tirou a Rede Globo do sério - eu tinha curiosidade de rever "Pantanal".
Para mim é ao mesmo tempo gostoso e doloroso assistir à novela. Imagino que o mesmo deve acontecer com os atores que participaram dela. Alguns sumiram, como a moça que faz a personagem Guta; outros envelheceram. É ninguém fica imune ao tempo e já se passaram 18 anos, se não me falha a memória, entre a primeira exibição e esta reapresentação.
Eu tive a honra de ver "Pantanal" no Pantanal. Isto é, eu assisti à novela na época em que mais fiquei na fazenda que um dia tive no Pantanal e que na verdade pertencia ao meu ex-marido. Não sei se por coincidência, ele vendeu a fazenda e poucos meses depois nos separamos. Acho que foi o fim de uma etapa para ele e para mim. Um sonho. Fui muito feliz no Pantanal, apesar dos mosquitos, dos morcegos, dos ratos e das baratas que infestavam a casa, e das cobras que apareciam de vez em quando.
Morro de saudades do povo de lá. Aliás desde ontem venho pensando como gostaria de reencontrar algumas pessoas que trabalharam conosco nesse período: Ledina, Branca, Adelaide, Doralice, mulheres com nomes bonitos e vidas nem tanto. Ih, tenho muita história para contar sobre elas. Totó, Gringo, Bastião, Chiquito, homens fortes e crescidos por fora, mas crianças por dentro. O que será que foi feito de todos eles? O que aconteceu com seus filhos, crianças que vi ainda pequenas e que fizeram parte da infância de minha primeira filha. Destinos tão diferentes ...
Do fundo do coração, queria poder visitar cada um deles e agradecer o carinho com que me trataram, a "dona" do André que não sabia cozinhar e preferia ir pro campo "andar à toa" do que ficar cuidando de casa. Mas que gostava de fazer biscoito, bolo, doce-de-leite e imaginava que podia se tornar uma escritora no Pantanal.
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