Hoje, no curso de PNL (Programação Neurolingüística), o professor falou muito sobre crenças e medos que os pais colocam em nós. Não se trata de passar a vida inteira cobrando-os por isso, tipo aquelas pessoas de 40/50 anos que ficam cobrando coisas dos pais ou culpando-os por suas escolhas erradas ou fracassos. Porém reconhecer isso, concordo, é um passo significativo para uma "cura" interior, uma mudança de rota na vida.
Conversando depois com uma colega do curso, ela me falou de sua experiência com uma mãe castradora (o termo é meu) e, de repente, eu me lembrei de quanto me marcou um comentário não do meu pai ou de minha mãe, mas de um cunhado que fez o papel de pai para mim num período importante da minha vida. Quando, aos 11 anos, revelei minha decisão de ser jornalista, ele não hesitou em demonstrar sua decepção e disse com todas as letras que jornalismo era "profissão de gente burra".
Por mais que eu admire outros jornalistas, não consigo superar essa "crença" e talvez por isso viva me cobrando por não conseguir ter uma vida financeira mais próspera e equilibrada. Não consigo valorizar meu trabalho e a sociedade, convenhamos, nem sempre colabora para que eu sinta diferente.
Enfim (suspiro), será que ainda dá tempo de mudar isso na minha vida? Acho que esse sentimento, de que escolhi uma profissão "mais fácil", contribui muito para minha baixa auto-estima.
Adoraria que meus colegas jornalistas que eventualmente lêem esse blog comentassem esse tema. Vocês podem estar contribuindo para a minha felicidade!
3 comentários:
Oi Marthinha. Acho que no teu caso não tem a ver com a profissão de jornalista, mas com as expectativas que você criou para a sua vida, que devem ser muito altas. Acho que o que mais curti no fato de ser jornalista, e de cobrir agro foi poder viajar, conhecer lugares e pessoas que do contrário não teria conseguido. Descobri que adoro viajar. E isso tem enriquecido muito a minha vida - tá certo que não a minha conta bancária. Pense nas coisas boas que você tem feito, em como às vezes passa informações e é mediadora de uma informação que estava lá escondida, na gaveta de um pesquisador que não sabe se comunicar muito bem. E mais, que você dá vida e cor àqueles números frios, sem sabor, sem tempero. Óbvio que essa visão é ingênua, mas sem a utopia, sobre a qual escrevestes antes, não temos como levantar da cama.
Bj grande e fique bem.
Martha,tenho certeza que você só fica em dúvida sobre o jornalismo quando olha o extrato bancário, como acontece com quase todos nós jornalistas. Pude perceber em inúmeras ocasiões o brilho nos seus olhos diante de uma boa pauta. Isso só jornalistas dignos da profissão têm.
A gente não veio ao mundo para ganhar dinheiro. Viemos para mudar o mundo. Beijão. Sérgio
Obrigada, amigos!
Nós formávamos um time bem legal, né?
Quanto a vir ao mundo para mudá-lo, Sérgio, é aí que reside o problema: será que conseguimos interferir nesse mundo?
Se não se ganha dinheiro suficiente e não se muda o mundo, fica o prazer (o brilho nos olhos) diante de uma pauta boa. Mas será que isso é suficiente? Esse é o meu questionamento.
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