segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Insight

Quando eu era criança e até uma parte da minha adolescência, acreditava realmente que era possível mudar o mundo, ter uma sociedade mais justa.
Com o passar dos anos, fui deixando de acreditar num monte de coisas, inclusive, na minha capacidade de me mobilizar para mudar o mundo e em qualquer possibilidade de mudança de fato.
O cinismo, a cara de pau e o lado mau das pessoas foram prevalecendo a ponto de sobrepujar as iniciativas bacanas.
De alguma forma, uma parte de mim foi se tornando amarga, apática e desesperançosa.
Acabei me acomodando numa vidinha medíocre, egoísta, sem muitas perspectivas e, tenho que admitir, vazia.
Nunca quis isso para mim.
Eu não quero ser assim, mas não sei como agir. Tenho vontade de fazer alguma coisa concreta, mas não sei o que fazer e como fazer.
O fato de não me envolver com igrejas ou qualquer tipo de religião também dificulta. Eu me sinto isolada, sozinha.
Mas hei de encontrar um modo de romper isso.
Se alguém tiver alguma ideia, agradeço.

6 comentários:

Terezinha disse...

Martha,

faz parte da natureza humana - ou pelo menos de nós, seres humanos normais - o desejo de compartilhar com os outros as coisas de que gostamos. Você nunca vai recomendar a um amigo um restaurante que você detestou, certo? Mas com certeza vai querer indicar seu lugar preferido em Cuiabá.... Pois então: o segredo é começar perguntando a si mesma o que você mais gosta, o que te dá mais prazer. E depois dê tratos à bola para descobrir uma forma de compartilhar esse prazer com pessoas que você ache que, de alguma forma, vão se beneficiar disso.

Espero ter ajudado.

Martha disse...

Com certeza ajudou. Hoje, em algum momento, estive pensando nisso: gostaria muito de trabalhar no sentido de estimular as pessoas a lerem, a descobrirem o prazer da leitura, a ampliarem seus horizontes. Isso te soa familiar?
Gostaria de compartilhar o que conheço de música, de história. Vou ver se encontro pessoas que queiram reealizar (ou já realizem) um trabalho semelhante em Cuiabá.

Terezinha disse...

Ah, não fica esperando pra achar pessoas que queiram fazer. É passaporte certo para a frustração e isso é tudo que vc não precisa! Comece sozinha - os apoios virão depois que você mostrar os primeiros resultados. E não fique sonhando com uma coisa grandiosa, não exija demais de si mesma, porque isso também é frustração na certa. Contente-se com um esforço pequenino, modesto, no exato tamanho das suas possibilidades atuais.
Aposto que quando vc começou seu blog não imaginava que teria tanto sucesso, tantos seguidores fiéis, não é? Pois é a mesma coisa.

Martha disse...

Legal! Valeu a dica.

Anônimo disse...

Mudar o mundo é influenciar o mundo ao seu redor, ainda que seja um pedaço do Mato Grosso, Cuiabá, Cáceres. Mudar o mundo é influenciar seu leitor aqui, que fica emocionado por perceber que até pessoas com sua inteligência e sensibilidade se sentem assim em determinados momentos da vida.
Não diga que sua vida é medíocre porque ela não é. O pouco de bom que se faz já é muito. Evitar fazer o mal já é muito.
Martha, eu estou numa crise depressiva sem fim. Tomo medicações pesadas e faço análise e ainda assim me ausento do trabalho por absoluta inércia e pânico. Estamos juntos nesse barco. Podemos jamais nos encontrar nessa vida, mas de alguma forma você já faz parte da minha vida, uma intervenção muito boa.
Você não precisa de uma religião. Você precisa de religiosidade. Uma sutil diferença. Religue-se com a divindade que existe em você, reze ao seu modo, conecte-se com a energia de Deus. Você não precisa de intermediários para isso. Bata um papo com Ele, só isso.
Você é forte, não haverá milagres, mas você pode sim realizar o seu milagre. Estou aqui na escuta, sempre que precisar. obrigado pela tua amizade.

Martha disse...

Chorik, só agora li seu comentário e sinceramente fiquei emocionada.
Vc não vai acreditar, mas tenho um amigo (já citado em outros posts), Wilson Britto, que fala a mesma coisa. Ele tem um livro muito legal e vai lançar outro (que já li tb) em fevereiro pela editora onde trabalho à tarde.
Gostaria muito de lhe enviar um deles de presente. Me manda seu endereço postal por email (martharb@terra.com.br) e vou ser como faço. Obrigada pelos comentários!