quinta-feira, 5 de maio de 2011

Doentes

Somos uma sociedade doente.
Pelo menos foi isso que concluí hoje enquanto aguardava numa farmácia da Unimed. Nunca fiquei tanto tempo esperando pelo atendimento. Só não fui embora porque realmente precisava de um dos remédios que fui comprar.
A farmácia (perto do Hospital Jardim Cuiabá) estava lotada por volta de 10h15m, o que me leva a pensar que tem muita gente precisando de remédios. Ou seja, muita gente doente.
Eu mesma ando irritada com a quantidade de remédios que me mandam tomar. Quem procura acha, certo? Fui no gastroenterologista e ele me passou uns quatro e ainda mandou aumentar a dose de um que a médica pneumologista me mandou tomar em fevereiro passado (é um medicamento contra refluxo).
Hoje fìz retorno com a ginecologista e está tudo ótimo, ainda bem, mas mesmo assim ela me passou dois medicamentos, que não comprei. Fui à farmácia comprar o remédio para asma, de uso constante, e dois outros indicados pelo gastro.
Mas, anteontem, fui a um homeopata, da corrente unicista, isto é, que tenta identificar "o remédio" que vai resolver o(s) problema(s) relatado(s), dentro de uma concepção de que a maioria das doenças é apenas sintoma de alguma coisa que vai mal lá dentro. Eu me considero curada de uma rinite alérgica irritante com a homeopatia  no Rio de Janeiro e fiquei com a asma sob controle enquanto me tratei com o médico Marcos Bicudo. Porém esse tipo de tratamento requer conversar longas, olho no olho, e ficou difícil dar continuidade depois que me mudei para Mato Grosso. 
Tenho esperanças de conseguir parar com o remédio da asma alopático (Seretide, que custa R$ 64,52 e dura dois meses) assim que começar a tomar o remédio homeopático, e também de me livrar dos sintomas ruins que os médicos alopatas identificam como refluxo.
A medicina certamente evoluiu muito, mas acho que a nossa sociedade faz exames demais e toma remédios demais. Todo mundo sabe que a indústria química farmacêutica é uma das mais poderosas e gera muitos lucros. Para que a roda continue a girar, é importante que as pessoas fiquem cada vez mais doentes e tomem  mais remédios.
A propósito, apenas 38% dos esgotos produzidos em Cuiabá são tratados. Essa informação foi discutida hoje no jornal do meio-dia da TV Centro América. Como ter pessoas saudáveis com esgotos correndo a céu aberto ou jogados in natura nos córregos e rios? Tem algo de podre em tudo isso.


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