terça-feira, 3 de maio de 2011

Ser ou não ser jornalista

Eu admito: andei num mau humor danado nas últimas semanas. Não me orgulho disso e nem vou tentar justificar meu mau humor, afinal, problemas todos temos, não é mesmo?
O importante é que de repente tudo mudou como num passe de mágica. (Menos, Martha, menos ...) Ok, reconheço, ainda tenho meus momentos de mau humor, mas estou mais leve e menos pessimista.
Ontem, por exemplo, trabalhei bastante num frila (para a revista Bio) e, à noite, quando escrevia um texto a pedido de um amigo fotógrafo (para um trabalho que não sei exatamente o que vai ser, mas que tem a ver com agronegócio), eu me dei conta de uma coisa muito legal: sou muito boa no que faço. O problema é que não se valoriza muito o trabalho de escritor/ jornalista. 
Eu me lembrei de outros textos/trabalhos que fiz nos últimos anos - alguns sequer levavam minha assinatura porque foram escritos como ghost writer. A maioria deles requereu grande poder de concisão, uma certa criatividade, elegância e capacidade para reproduzir em palavras ideias complexas. Nunca tive reclamação. Em geral, os clientes ficaram bastante satisfeitos.
Adoro pesquisar sobre o que vou escrever, buscar dados, informações precisas para embasar meu texto. Se tiver tempo, leio e releio o texto para torná-lo mais apurado, preciso, enxuto.
Foi isso que aprendi na minha "escola"de jornalismo: revistas da qualidade da "Realidade" e da "Veja" dos bons tempos; o velho "Jornal do Brasil", que abrigou uma geração de talentos, diante da qual eu me sentia uma formiguinha.
Infelizmente, vejo as pessoas com quem mais me sintonizo em termos de jornalismo em Cuiabá também desanimadas, migrando para outras profissões ou buscando segurança financeira em concursos públicos.
Há dias encontrei um dos meus alunos mais promissores no curso de Jornalismo da UFMT: ele passou recentemente num concurso público como jornalista, mas está fazendo curso de Direito à noite. Mais um que o jornalismo deve perder!
Voltando ao início, eu me dei conta de que não sou um fiasco ou uma idiota que faz escolha estúpidas como às vezes sou levada a pensar diante da situação que enfrento hoje. Eu sou muito boa no que faço e sou muito devotada ao que faço. Preciso apenas de descobrir uma forma de ganhar dinheiro com minhas qualidades. Não é possível que eu tenha que mudar de profissão para viver com dignidade!

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