quinta-feira, 21 de abril de 2011

Perplexidade

Escrevo este post diante do rosto cheio de lágrimas da minha filha caçula que acabou de receber notícias nada boas sobre uma amiga doente.
Como é difícil se encarar uma doença pesada quando se tem 19 anos e o futuro (aparentemente radiante) pela frente! O que dizer para consolá-la? Ou melhor, como explicar por que uma pessoa jovem, estudiosa, pode ser pega de surpresa por uma doença tão traiçoeira?
Durante o almoço ouvi que o telejornal local (TVCA) falava sobre violência entre estudantes nas escolas, meninas e meninos que trocam socos, pontapés e outras formas de agressão por qualquer motivo.
Em outro momento o apresentador falou da ocorrência de um acidente de trânsito por hora na Grande Cuiabá nas últimas 24 horas. Provavelmente muitos deles envolveram jovens, já que é difícil um acidente que não envolva pelo menos um motociclista. Hoje, mesmo, no caminho para o aeroporto, vi uma motocicleta no chão e o trabalho da perícia sendo realizado (o acidente envolveu um carro de polícia).
Há dois dias assisti com minha filha mais velha à reportagem do "Profissão Repórter" sobre o envolvimento (cada vez mais cedo) dos jovens com bebidas alcóolicas. Tenho duas filhas moças (19 e 21 anos) e o assunto está longe de me ser estranho, embora eu esteja sempre alertando-as sobre os riscos do consumo em excesso do álcool.
Mas o que é "em excesso"? Melhor seria não beber, mas como posso exigir isso delas se também bebo? Posso apenas orientá-las sobre os riscos de se beber além da conta (perder a noção de perigo, se intoxicar, se machucar) e garantir: é possível se divertir sem beber.
Nossa sociedade é hipócrita e selvagem, cada vez mais selvagem, embora muita gente insista em dizer o contrário. Muita gente adora se engalfinhar em brigas e, o pior, muita gente gosta de assistir às brigas. Me desculpem, mas será que evoluimos tanto do tempo em que cristãos eram jogados aos leões ou que os gladiadores se enfrentavam até a morte?
Acabei fugindo do assunto inicial: a vida  é muito estranha, enquanto uns lutam desesperadamente para vencer uma doença ainda sem cura e outros sofrem por sua incapacidade de fazer algo para tornar essa luta mais equilibrada, outros praticamente procuram a morte ingerindo álcool em quantidades absurdas, dirigindo bêbados, caçando briga, confusão.



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