sábado, 16 de abril de 2011

Desconforto

Gente, como é difícil viver! Como é difícil lidar com nossas dificuldades e reconhecer nossos erros!
Hoje, um incidente banal, acabou comigo. Nem vou tentar aqui relatar o episódio para não torrar a paciência do meu leitor. O que quero compartilhar é o desconforto de ter me sentido (e ainda estou me sentindo ainda) uma pessoa má, destemperada.
Como eu gostaria de ser sempre uma pessoa calma, justa, equilibrada, daquelas que nunca perdem a cabeça!
Às vezes eu me estresso e, quando isso acontece, acabo magoando quem está mais perto de mim (no caso, minha filha mais velha).
O incidente em si já foi contornado, já pedi desculpas e fizemos as pazes. Ela  saiu: foi passear contente da vida; eu fiquei aqui ainda remoendo o meu desconforto.
Nessas horas queria tanto acreditar que sou um ser humano em evolução e que terei a chance de me tornar uma pessoa melhor um dia - menos pessimista, mais confiante e capaz de compartilhar o bem com todos indiscriminadamente. Uma espécie de santa.
O que fazer quando a gente se sente assim?
Se eu vivesse na "idade das trevas", talvez eu me imporia um castigo como aqueles personagens malucos que a gente vê em filmes e romances de vez em quando. Mas, como não vivo, posso tentar me livrar desse desconforto compartilhando-o neste espaço, me acalmar e aceitar minhas imperfeições.
A propósito, a apresentação do Madrigal do Avesso foi linda ontem. Além de nós, apresentou-se um grupo de músicos da Orquestra Jovem sob a regência do maestro Murilo Alves (que também vai dar o curso de regência junto com  Carlos Taubaté). Bem na hora em que eles apresentavam a terceira peça (um trecho de uma das obras mais conhecidas de Mozart) a luz acabou. Foi emocionante! Os músicos (todos muito jovens) continuaram tocando (ainda com mais entusiasmo) e, pouco a pouco, pessoas da plateia foram socorrendo regente e instrumentistas com a lanterna de seus celulares. Assim que a apresentação acabou, a energia voltou. Parece até que foi combinado.

4 comentários:

Terezinha Costa disse...

Oi Martha,

talvez se vc vivesse na "idade das trevas", alguém lhe impusesse um castigo: morrer na fogueira por ousar querer ser santa! he he he

Aqui pra nós, de vez em quando também entro numa de não me perdoar, mesmo quando os ofendidos já me perdoaram - ou nem se importaram com o que eu julguei imperdoável.

Por que a gente é tão exigente consigo mesma?

Loisa Mavignier disse...

Oi Martha só agora consegui postar um comentário, depois de abrir uma conta google. O seu "desconforto" é comovente por ser tão humano. As pessoas inteligentes ficam desconfortáveis quando perdem o centro. Mas poucas saberiam exteriorizar isso tão bem como vc. O exercício de se autoperdoar é um dos mais difícies, no entanto, extremanente libertador. Abraço carinhoso

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Martha disse...

Obrigada pelos comentários reconfortantes!
Bjs