domingo, 3 de outubro de 2010

Viva a diversidade!

Nem vou falar de eleições hoje. Afinal, todos já devem ter votado ou definido seus votos. Vamos ver mais tarde. Pelo que li parece que vai dar segundo turno ... para presidente da República e governador em Mato Grosso. Oba!
Meu objetivo hoje é comentar o espetáculo "Diversos", ao qual assisti ontem no Cine Teatro Cuiabá. Produzido por Simone Félix e estrelado pelo cantor cuiabano Helberth Silva, o show surpreende pela quantidade de músicos e convidados no palco, e a diversidade do repertório. Contei 14 músicos presentes o tempo todo mais dois cantores que fizeram participação especial (o menino Netinho Oliveira e Liliane Beyeler), dois dançarinos (Suhmara Untar e Miro Soares) e mais alguns instrumentistas.
A participação de uma mini orquestra (com um naipe de cordas, que Helberth esqueceu de apresentar na noite de sábado, e um naipe de metais cheio de suingue) foi uma surpresa deliciosa.  É muito bom constatar que Cuiabá tem músicos de tão boa qualidade.
Todos estavam ali para dar suporte e deixar brilhar o solista Helberth, que pareceu bastante à vontade no comando de seu espetáculo. Seu timbre de voz é lindo e fica mais bonito em algumas canções, o rapaz tem carisma e boa presença - precisa apenas dosar melhores certas brincadeiras, coisa que o tempo e um bom roteiro podem resolver.
E por falar em roteiro, foi disso que senti falta. A proposta do espetáculo, intitulado "Diversos", é exatamente fazer uma viagem musical por ritmos e países. O texto do programa informa que "a princípio, sua ideia (de Helberth) era fazer um show mais compacto, interpretando apenas canções consagradas nas vozes de Josh Groban e Michael Bublé", porém o repertório inicial passou a contar com sucessos de Djavan, Frank Sinatra, Carlos Gardel e Jorge Vercilo, entre outros.
O que definiu a escolha do repertório? O que levou os diretores a optar por juntar canções desconhecidas e deliciosas como "Tarzan, o filho do alfaiate" de Noel Rosa a clássicos da canção norte-americana como "I've got under my skin" de Cole Porter?
A diversidade é maravilhosa porque permite ao público mato-grossense conhecer canções tão diversas, mas ela também é perigosa. Qual é a verdadeira identidade musical de Helberth Silva?
Na minha opinião, faltou um roteiro básico, um texto que juntasse as peças do quebra-cabeça. Alguém pode argumentar: se as pessoas estão lá para se deleitar com boa música, isso é dispensável. É um ponto de vista, mas acho que se houvesse um roteiro mais amarrado, o espetáculo ganharia envergadura e deixaria uma marca mais forte no cenário musical mato-grossense.
De qualquer maneira, tiro meu chapéu para a produtora, diretores musicais e Helberth Silva, meu companheiro do Madrigal do Avesso (que honra cantar ao seu lado!).
Tomara que "Diversos" tenha fôlego para ser apresentado em outros palcos deste estado tão carente de bons espetáculos!

4 comentários:

Roça de Livros disse...

Martha,
o que vc está esperando pra começar a fazer roteiros para shows e assim juntar o útil ao agradável?

Terezinha

Martha disse...

Adorei a sugestão, mas não sei se dou conta de colocá-la em prática.

Jane disse...

A Terezinha colocou uma questão genial! Assino embaixo.

Roça de Livros disse...

O único de jeito de saber se vc dá conta é tentando.
Terezinha