terça-feira, 26 de outubro de 2010

Saudades

Hoje acordei com saudades. Durante a aula de yoga me bateu saudades de Gandhi - do Mahatma e não de Indira, sua filha.  Pensei na grandeza do líder indiano, em sua política de não violência e em seu assassinato. Provavelmente ele não ficava tão preocupado em atacar seus adversários e proteger seus correligionários a qualquer custo. Ele lutava por uma causa maior: a indepedência da Índia e o fim do domínio do Império Britânico.
Depois, enquanto esperava por minha filha no Detran - ela foi solicitar sua CNH definitiva -, tive saudades de minha filha caçula que não vejo desde as férias de julho. Nunca fiquei tanto tempo sem ver seu sorriso e seu olhar sempre tão carregado de carinho. Liguei na hora pro seu celular e pude, ao menor, ouvir sua voz plena de alegria diante da perspectiva de um feriado que ela vai curtir ao lado do pai, em Brasília, por opção nossa.
Agora, vendo uma foto de 22 artistas famosos enviada há alguns dias por uma amiga, tive saudades da criança que fui quando aqueles rapazes e moças eram jovens ainda em busca da fama.
Na foto, aparecem, entre outros, Chico Buarque, Edu Lobo, Francis Hime, Vinícius de Morais, Zé Keti, Caetano Veloso, Torquato Neto, Capinam e Nélson Motta. As mulheres são minoria na foto e, segundo o email enviado, apenas duas são conhecidas: Olívia Hime e Tuca, sendo que pouca gente das novas gerações deve conhecê-las.
O email não menciona a data da foto, que consta do livro "Noites cariocas" de Nélson Motta (mais um na lista!), mas imagino pelas carinhas de menino da maioria deles que deve ter sido tirada em meados dos anos 60. Eu era uma menina na época, cheia de sonhos (inclusive, era totalmente apaixonada pelo compositor Nélson Motta, autor de umas minhas composições preferidas até hoje,"De onde vens ", uma parceria com Dori Caymmi).
Há alguns anos, um amigo meu, Johann, um alemão que conheci em Cáceres e de quem perdi contato, me disse numa carta que quando a gente chega aos 50 está na hora de retomar nossos sonhos e correr atrás deles.
É isso que eu tento fazer, embora às vezes - diante das decepções, compromissos e obrigações financeiras - fique difícil pra caramba. Mas sempre há tempo para se correr atrás de nossos sonhos desde que a gente consiga - por um milagre - manter um pouquinho da criança que a gente foi um dia.

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