sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cadernos

Sempre tive mania de anotar as coisas em cadernos. Já tive cadernos em que anotava os livros que lia e os filmes e peças de teatro aos quais assistia. Já tive cadernos onde fiz um diário de bordo de viagens mais extensas e distantes. Hoje meu caderno é virtual: registro neste blog minhas opiniões, preocupações, planos, decepções e pequenas alegrias. 
Nos últimos dias, entretanto, comecei a escrever em dois cadernos. Num deles, estou anotando tudo que gasto, em mais uma tentativa de organizar minha vida financeira. 
Em outro, estou anotando as letras das músicas que amo, porém não sei de cor. A ideia é usar a escrita para me ajudar a memorizar essas canções. Enquanto anoto a letra, vou ouvindo a música na internet (geralmente no YouTube) e já começo a assimilar a letra. 
Não sei se isso acontece com você: antigamente eu decorava as letras de música com os pés nas costas e até hoje eu me recordo de letras enormes de algumas músicas preferidas, que aprendi quando tinha 10 anos (por exemplo, "Quem te viu, quem te vê"). Mas como é difícil aprender uma letra nova! Será a idade ???
Essa decisão de fazer esse caderno aconteceu por acaso (como as melhores coisas na minha vida). Há duas semanas, eu estava no Chorinho e pedi ao Marinho, nosso 7 cordas, para tocar "Esses moços" de Lupiscínio Rodrigues. Ele demonstrou um entusiasmo ímpar, num sinal de que gostava da música, e não hesitou em iniciar seus acordes. Aí eu me dei conta de que não era essa a música que queria cantar e sim "Nervos de aço" do mesmo autor. O vexame só não foi total porque eu sabia alguns trechos da música executada, o Marinho me ajudou e tinha pouca gente àquela altura do campeonato no Chorinho, mas eu, no meu perfeccionismo, morri de vergonha.
Resolvi aprender a letra e pedi para cantar "Esses moços" quando reencontrei Marinho poucos dias depois. Não fiz feio. Anteontem voltei a cantar a música e agora posso dizer que está definitivamente integrada ao meu repertório. É uma música linda e com uma letra que tem muito a ver comigo. Gosto de cantar músicas que realmente me tocam o coração e que contam uma história.
"Esses moços" inaugurou meu novo caderno, que disputa agora minha atenção com meu livro-caixa, que tem muito mais saídas do que entrada.
Ah, continuo cantando "Nervos de aço".

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