segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2

Hoje quero falar sobre cinema. Assisti na última semana a dois filmes fantásticos que vão para minha galeria de "filmes inesquecíveis". Um deles é "Tropa de Elite 2", dirigido por José Padilha. Todo brasileiro tem obrigação moral de assistir a esse filme.
Ontem estava conversando com uma irmã que mora no Rio de Janeiro e não gosta de filmes violentos, e eu tentava convencê-la a assistir a "Tropa de Elite 2". Obviamente ela não viu o primeiro.
O filme é barra pesada (o número 2), embora as pessoas, em geral, digam que tem menos cenas de violência que o primeiro. O problema é que a violência neste segundo filme é mais onipresente, onipotente, onisciente e difícil de combater. Enquanto os "inimigos" são os traficantes do morro, chama o Bope para resolver, mas e quando eles estão no poder: são governadores, secretários de Segurança Pública, comandantes da PM e deputados? Chama o capitão Nascimento? Mas se ele nem deu conta de impedir que alguns dos algozes chegassem a Brasilia?
O filme é tão didático (embora em alguns momentos fique confuso para quem não está tão acostumado às artimanhas dos poderosos) que deveria ser exibido em todas as escolas, devia fazer parte do currículo escolar.
Ele revela um câncer de nossa sociedade que dificilmente será extirpado: as milícias que entram nas comunidades para "apaziguar" e "afastar o tráfico", mas na verdade implantam o terror e a corrupção de uma forma muito mais perigosa, já que as fronteiras entre quem é bandido e quem é polícia deixam de existir e os inocentes, esses sim dançam.
Quando isso vai acabar? Como mudar um sistema corrupto e violento, que se baseia na hipocrisia e cujos tentáculos atingem o poder central? E principalmente por que matar?
Essas perguntas ficaram na minha cabeça depois do filme. Não tenho as respostas obviamente, mas "Tropa de Elite 2" me mostrou que de alguma forma sempre estive certa. Violência gera violência e não consigo vibrar - como algumas pessoas - quando têm esses massacres ou rebeliões em penintenciárias. Geralmente quem sofre as consequências são os "soldados", a arraia miúda, enquanto os verdadeiros chefões estão protegidos em suas mansões e fortalezas.
Isso tudo só vai mudar quando o ser humano for mais evoluído, for menos crédulo e menos propenso à violência. Acredito que numa sociedade mais justa, onde todos tiverem acesso a direitos básicos (alimentação, saneamento básico, moradia, saúde e educação) haverá menos espaço para manipulação, corrupção e violência. É claro que sempre haverá pessoas inescrupulosas, egoístas e atraídas pela violência, mas nessa minha sociedade utópica, elas seriam minoria, seriam a exceção e não a regra.
E quanto ao outro filme anunciado no início deste post,  vou deixar meu comentário para amanhã.


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