sexta-feira, 29 de outubro de 2010

No estaleiro (por uns dias)

Acabei de vir do Pronto Atendimento do Hospital Otorrino de Cuiabá (aliás, fui muito bem atendida) e descobri que estou com laringite e faringite. Muito chato! Além da garganta estar doendo há seis dias, estou me sentindo indisposta.
É engraçado esse lance de doença. Qual o momento exato de procurar ajuda? Não me considero hipocondríaca e detesto tomar remédios, por isso tendo a partir para soluções caseiras, do tipo fazer gargarejo com água e sal (em caso de dor de garganta), tomar vitamina C e um analgésico (em caso do dor). Como hoje acordei com mais dor do que ontem e mais afônica, achei que estava na hora de trocar a caminhada por uma ida ao hospital.
O médico receitou nebulização, um antibiótico e um antialérgico (que me deu de amostra grátis). Mas o pior foi a recomendação para ficar 10 dias sem cantar! Ele disse que minhas cordas vocais estão muito vermelhas.
Na verdade, o sinal de alerta veio no sábado depois de quatro horas de aula de inglês. Achei que era um resfriado por causa da mudança de tempo; à noite fui ao Chorinho, tomei caipirinha de limão (outra receita "familiar"), cantei e piorei. Na quarta, fui ao ensaio do coral, me esforcei bastante e - erro fatal - fui de novo ao Chorinho, tomei cerveja, cantei ...
Há pouco mais de uma semana a filha de uma amiga foi parar no hospital no meio da noite por causa de dores fortíssimas no abdomen. Ela vinha sentindo dores há alguns dias, mas não procurou o médico. Resultado: teve que ser operada de apendicite (apêndice supurada). Ela teve sorte porque sua mãe ligou na hora que saiu de casa para um médico amigo da família que acabou fazendo a cirurgia.
No ano passado, também tive uma apendicite, mas no meu caso procurei o médico logo e ele me disse que era "síndrome do intestino irritado". Minha irmã Jane, que não é médica e mora no Rio de Janeiro, suspeitou de apendicite. Passei mais de uma semana com dores, tomando remédio para outro problema e alertando o médico para a possibilidade de apendicite. Ele dizia que se eu estivesse com problema na apêndice não estaria caminhando e trabalhando normalmente. Até que comecei a ter febre ("Não seria uma infecção urinária?" - perguntou) e o médico resolveu pedir um exame do abdomen (acho que foi uma ressonância) e o de sangue. No dia seguinte, de posse dos resultados dos exames, decretou: "Você está com apendicite". E ainda comentou com a enfermeira: "Quem iria dizer que ela está com apendicite?". Tudo correu bem, ele parece ser um ótimo cirurgião e, apesar da apêndice superada, estou aqui, mais de um ano depois, para contar essa história.
Moral da história? Não tem ou tem várias:
1-Se você estiver sentindo dor, não adote a atitude do "deixa pra lá, já vai passar", pois isso pode lhe custar a vida.
2- Não confie demasiadamente no médico, mesmo que ele seja considerado um ótimo profissional. Todos podem errar e, se ele errar, o máximo que vai acontecer é sua família entrar com um processo, mas isso não fará a menor diferença para você.
3- Talvez acha um fator imponderável em tudo isso (ou vários) e aí o jeito é contar com a sorte ou rezar.
No meu caso, hoje, o jeito é ficar de boca fechada o máximo possível e seguir as recomendações médicas.

2 comentários:

Osvaldo Tancredo disse...

Acho que muitos se identificam ao ler tudo isso. Como eu, que já não confio em médicos (como paciente)... Ainda mais em tempos que o SUS concorre com o setor privado (planos de saúde). Caos.
O jeito é 'ler as mensagens' do nosso organismo, que consegue se comunicar conosco de várias formas. A dor é o principal 'protocolo'.
...
Vou polemizar um pouco. Tem um ditado que diz: peixe morre pela boca. Acredito que o ser humano também. Então, usando a teoria das soluções sustentáveis e consumo consciente, sugiro comer metade do que normalmente comemos.
:o)

Martha disse...

Talvez seja o caso de comermos e "bebermos" a metade do que normalmente consumimos, considerando-se as bebidas alcóolicas. Confesso que já fui bem mais conscenciosa quanto a isso quando morava no Rio de Janeiro. A vinda para MT bagunçou meu coreto ...
Mas concordo que temos que aprender a "ler as mensagens" de nosso organismo e respeitá-las.
Conheço pessoas, inclusive, médicos, que não fizeram isso e se deram mal.