sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Faroeste caboclo 2

Sei que hoje é sexta-feira e é dia de relaxar, curtir, festar, mas não estou no clima, embora mais tarde vá ao lançamento do livro "Kyvaverá"  da editora para a qual estou trabalhando. Acho que vai ser legal. 
Mesmo assim queria falar um pouco sobre os últimos assassinatos de Cuiabá. Todo dia, acredito, alguém é morto em Cuiabá, mas alguns assassinatos chocam mais pelo fato do morto ser conhecido, pelas circunstâncias da morte, sua brutalidade ou mesmo proximidade.
Nessa relação incluo  a morte do jornalista Auro Ida, que continua misteriosa (até hoje a polícia não identificou quem foi responsável); a do empresário Adriano, executado de uma forma absolutamente estúpida por um segurança de banco (que está foragido); a do empresário assassinado por ladrões por volta de 2 horas da tarde pertinho da empresa onde trabalho; a do estudante africano Toni (espancado até a morte por três homens numa pizzaria) e, finalmente, a de um professor e dono de um cursinho da capital ocorrida ontem.
Ele foi executado com quatro tiros. por volta das 7h, por um homem que o esperava perto do estacionamento onde deixava o carro todo dia numa das avenidas mais movimentadas e nobres de Cuiabá. Pessoas ainda são executadas nesta capital em plena luz do dia, numa prova de que os pistoleiros não estão nem aí para a polícia e/ou a justiça.
Minha angústia é que esses crimes fiquem impunes. Não vejo um verdadeiro clamor na sociedade e, tampouco, alguma autoridade (prefeito, governador, vereador, deputado, etc), mostrando-se chocada com os acontecimentos.
É essa a cidade que se prepara para a Copa do Mundo de 2014?
É claro que sei que no Rio de Janeiro, São Paulo e outra capitais acontecem crimes terríveis, mas sinceramente, a violência em Cuiabá está muito próxima e cada vez mais desavergonhada.
Não sou dada à paranóia, mas juro que ultimamente tenho pensado duas vezes antes de sair de casa à noite.

PS. Eu me esqueci de contar que ontem aconteceu mais um assalto a banco numa cidade do interior, o pequeno município de Feliz Natal, no Nortão. O assalto foi da modalidade apelidada de Novo Cangaço, com ladrões fortemente armados e reféns. Eu discordo desse termo. Acho que nada tem a ver com o Cangaço, que imortalizou figuras como Lampião, Maria Bonita e Corisco.

2 comentários:

Anônimo disse...

Triste. Fui uma vez a Cuiabá e outras tantas a Primavera do Leste. Queria acreditar que o Mato Grosso estava livre de crimes assim, fúteis, hediondos. Mas o bicho homem ainda caminha lentamente rumo à fraternidade, tanto cá, como aí e acolá.
Bj solidário

Martha disse...

Infelizmente não está ... Parece que o crime fez morada por aqui ... Obrigada pela solidariedade! Bj