quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alegria, alegria

A alegria é louca, declara Maria bel Baptista em seu blog DiáRio de MaRias http://diariodemarias.blogspot.com/. Mas "é melhor ser alegre que ser triste", complementa Bel, citando o famoso verso de Vinícius em "Samba da Benção" (com Baden Powell).
Li isso ontem à noite e fiquei com a frase na cabeça. Bel deve ter razão.
Ontem fui buscar minha filha mais velha na UFMT à noite e ela quase teve um ataque de riso quando saiu no elevador porque quase fomos surpreendidas por alguém que entrou inesperadamente. Eu estava cantando e ela, olhando-se no espelho, pra variar.
É bom rir, mas não sou muito dada a gargalhadas. Sou econômica nas minhas manifestações de alegria e, hoje, mais uma vez enquanto nadava, fiquei pensando nisso, durante a minha psicanálise aquática.
Não me dou muita permissão para rir. Acho que é coisa de gente vulgar. Mulheres finas apenas sorriem, não riem alto, não gargalham. E morro de inveja de quem ri bastante, embora no meu íntimo tenha vontade de perguntar: está rindo de quê? Tem certeza de que você tem motivos suficentes para rir desse jeito?
São as contradições da vida: dizem que temos que agradecer por tudo que temos, mas rir demais provoca suspeitas, parece coisa de gente boba, que não leva a vida a sério.
Ultimamente várias pessoas têm me dito para levar a vida menos a sério. Está sentindo o peito oprimido? Vá ao cinema, divirta-se,  disse-me um médico há alguns dias.
Hoje estava decidida a buscar a alegria, o belo. Quando chegava ao trabalho, vi movimento de carro de polícia, mas desviei meu caminho para não passar em frente da confusão. Agora há pouco fiquei sabendo que ladrões mataram o empresário Índio do Brasil Ferreira Araújo, 51 anos, dono do pet shop situado a poucos metros de onde trabalho.  Fiquei chocada. Assim não dá para ficar alegre.

4 comentários:

Dete disse...

Gostei muito do seu post. Também raciono minhas risadas, já que tbém sou moça de bem e acho que as risadas precisam ser economizadas, tipo ração de guerra. Precisava sim é racionar a tristeza... Bjs

Jane disse...

Martha e Dete, vcs já pararam para pensar que esse racionamento de risadas tem um toque familiar? Há algumas grandes gargalhadas como as das duas que foram citadas no post, mas a maioria é contida. Não podemos nos esquecer, porém, que mesmo sendo moças de bem, já demos juntas muitas e boas gargalhadas e estou certa de que muitas outras ainda surgirão. Bjs.

Martha disse...

Precisamos fazer uma sessão de risadas no encontro da família ... Vai faltar Dete.

Anônimo disse...

Martha, outro dia estava com a família num restaurante em Campinas. Dia útil, eu de férias. Na mesa ao lado um grupo de amigas, da nossa faixa etária. Riam gostoso, não diria que isso é vulgar, desde que seja sincero. Melhor que as japonesas que colocam a mão na frente da boca e abaixam a cabeça. Enfim, alegria é mais que rir, mas rir, sobretudo de nós mesmos, é fundamental. Bjs