domingo, 31 de maio de 2009

Domingo cinzento

Acordei hoje desanimada e, sinceramente, sem saber o que pensar sobre a vida. Confesso que não sei ... Quando a gente está bem vê motivo de alegria em tudo, no simples fato de estarmos vivos e respirarmos, mas quando a gente está deprimida, pensa: pra quê?
Tá, estou fragilizada porque passei por uma cirurgia e percebi o quanto a gente é frágil. Eu poderia não estar aqui agora. Olho para mim e sei que sou importante para boa parte da minha família e sei que essa importância toda tem que partir de mim e não dos outros. Isso me leva a pensar se estou satisfeita com a minha vida. A resposta é não. O que pretendo fazer para mudá-la? Não sei. Sei que estou me sentindo superficial e como se toda minha importância social residisse no fato de cumprir meu trabalho, pagar minhas contas (mal e mal) e conduzir minhas filhas até um ponto em que possam caminhar sozinhas. E meus sonhos? E meus desejos, onde estão? Serão adiados até quando?
Por que sempre essa insatisfação?
Ontem, assistindo ao Jornal Nacional chorei muito, por aquela tragédia no Piauí, pelo rapaz que ia ser pai e foi atropelado de uma maneira bruta por um motorista imbecil. por minha filha que tinha acabado de ir para uma festa em busca de diversão (já voltou). Qual o sentido de tudo isso?
Tenho vontade de proteger minhas filhas desses motoristas imbecis, dessas pessoas que matam e maltratam por tão pouco, mas reconheço que não posso impedi-las de viver, de buscar um amor, uma profissão, formar uma família e chegar até aonde estou e se perguntar: pra quê?
PS. Tenho consciência de que se não fosse pela cirurgia provavelmente eu também estaria partindo em busca de diversão num sábado à noite, não veria o Jornal Nacional, não choraria pelas vítimas da tragédia do Piauí, pelo rapaz atropelado e, talvez, não me perguntaria: pra quê? por que?

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