Quero contar uma parte (tragi)cômica da minha cirurgia. Quando cheguei no centro cirúrgico do Hospital Santa Rosa, um dos maiores de Cuiabá, foi recebida pelo instrumentador Jean e pelo anestesista, um rapaz que me pareceu muito jovem (lembrem-se de que eu estava sem lentes de contato) e muito gentil. Mas o que mais me chamou atenção foi a música ambiente: estava tocando Kalypso! Na mesma hora, eu me senti à vontade para expor minha opinião. Eu não ia viver momentos tão decisivos da minha vida com esse som horroroso! O médico disse que eu mandava e só lamentou não saber trocar a estação (acho que era uma rádio interna, sei lá). Mas, depois o Jean veio e conseguiu colocar numa estação de MPB: tocou Jobim, Chico Buarque. Aquilo me fez muito bem e me ajudou a aguardar a chegada do meu médico, minutos que pareceram intermináveis ali deitada no centro cirúrgico prestes a entregar minha vida às mãos de outras pessoas.
Detalhe: como o médico demorou, mudou o plantão do anestesista e o rapaz simpático que tinha servido na Marinha em Ladário e conhecia minha cidade natal, Corumbá, me abandonou. Veio um outro que também parecia legal e fez as perguntas de praxe: "você é alérgica a algum medicamento? etc, etc" até que ... apaguei.
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