sexta-feira, 29 de maio de 2009

Eu quero minha mãe!

A quem estranhou meu silêncio de tantos dias, finalmente, uma explicação: tive uma apendicite e fui operada na terça-feira à noite. Estou bem, embora um pouco nauseada e desanimada. Nem sei se poderia estar aqui escrevendo, mas meu médico disse que só não posso dirigir ...
Desse episódio todo a maior lição para mim é aquela que a gente vive observando na vida dos outros, mas quando vê é capaz de fazer a mesma besteira: a gente vai empurrando com a barriga a questão da saúde e fica mais preocupada em resolver problemas de trabalho, dos filhos, etc.
Eu comecei a sentir dores na terça-feira da semana passada, mas achei que era cansaço, falta das aulas de yoga. Na quarta, senti dores muito fortes quando fui pegar minha filha na aula de inglês e até pensei em ir a um pronto atendimento, mas não fui. À noite rezava para não sentir dores mais fortes e ter que encarar um PA de madrugada. Na quinta, finalmente, fui ao médico, mas ele achou que eu estava com a tal da Síndrome do Intestino Irritável, me deu um remédio e me mandou pra casa. Ainda levantei a possibilidade de apêndice e ele disse que a dor de apêndice não pára. Ok. Falou pra mim que era bom caminhar. Tentei caminhar no final da tarde e fiquei paralisada de dor. Mesmo assim continuei acreditando no diagnóstico do médico. Na sexta liguei pra ele e relatei as dores. Ele me mandou tomar outro remédio e procurá-lo no sábado caso não melhorasse. Trabalhei normalmente, embora com dores, irritada e à noite ainda fui a um show. Eu estava melhor!
No sábado, pensei em ir ao consultório, mas havia tanto a fazer: compras no supermercado, minha filha tinha um casamento e precisava de mim. Enfim, não parei o dia inteiro, sempre com dor, uma dorzinha lá no fundo. Domingo, fui no churrasco do Cantorum e jurei que iria ao médico no dia seguinte (se sobrevivesse até lá....) Na segunda, procurei meu médico e ele pediu uma colonoscopia. Nessa hora chorei bastante porque me senti tão desamparada e não queria incomodar minha amiga que teria que ir comigo ao exame no dia seguinte. Mas, como comecei a sentir febre, liguei pra ele que pediu um outro tipo de exame: uma tomografia e exame de sangue. Dormi mais uma noite assustada já que só pude fazer a tomografia no dia seguinte porque tinha que tomar um contraste. Na terça fiz o exame e o técnico disse que o resultado só sairia na quinta. Como assim? E se eu estiver com um problema grave?
-Ah, nesse caso a gente avisa seu médico.
Mas ele deu a entender que não havia esse risco.
Na saída da clínica peguei o resultado do exame de sangue e me assustei. Parecia bastante alterado. Liguei pro médico e ele também se assustou: disse que eu estava com um quadro infeccioso e falou para eu ir vê-lo às 16h30m para um exame clínico. Talvez dali eu já fosse para a sala de cirurgia. Foi o que aconteceu: ele constatou (?) a apendicite no exame (disse que era do tipo atípica) e contou que a tomografia confirmou o problema. Fui direto para o hospital onde fui operada.
É claro que fiquei com muito medo. Afinal, quantas pessoas morrem de maneira besta, de septicemia e coisas assim? Acho também que posterguei demais o problema. Eu tinha que ter sido mais incisiva desde a primeira consulta. Talvez teria evitado tantos dias de sofrimento e um risco maior na cirurgia. Dessa eu escapei. Tive que parar na marra e as coisas continuam independentemente de mim.

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