Não consigo começar a trabalhar enquanto não expressar um pouco da minha angústia. Fui ao supermercado cedo e a primeira coisa que me chamou atenção - e me embrulhou o estômago - foram as fotos de um jovem frentista torturado por homens da PM sob suspeita de roubo de carro. Segundo o rapaz, ele estava fazendo um "bico" numa garagem particular durante uma festa, quando aconteceu a acusação de roubo. Nada justifica a violência sofrida por ele.
Fiquei pensando nos simpáticos PMs que vi sábado à tarde durante minha ida ao Centro para algumas compras. Em dois momentos um deles entregou um panfleto à minha filha falando sobre o trabalho da PM para garantir a segurança durante o período pré-natalino. Tão simpático!
Fico me perguntando se são os mesmos homens os que "nos protegem" e os que se acham no direito de torturar qualquer suspeito.
Quando chego à redação leio outra notícia assustadora no mesmo diário: o caso de um assaltante de 16 anos que invadiu uma casa em Cuiabá, atirou num rapaz de 15 (que talvez fique paraplégico) e foi linchado pela família, que se lançou sobre ele depois do tiro.
Justiça com as próprias mãos! Mas será que o rapaz teria um destino muito diferente nas mãos da PM?
Longe de mim ter respostas ou soluções para um problema que se arrasta há décadas e que é estudado por centenas de especialistas, mas continuo sendo radicalmente contra a violência. A família matou o assaltante, mas como fica o estado emocional de todos após esses fatos?
Nessas horas queria ser repórter de polícia só para saber o que dizem os comandantes, os corregedores, enfim, as autoridades e os tais especialistas. Ou não?
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