quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Flechas

Hoje estou com o coração apertado porque minha filha mais velha vai viajar. É para perto (pouco mais de 200 km) e vou revê-la no Natal, mas mesmo assim a separação traz um misto de alegria (ela estava louca para viajar e correu muito para terminar seus trabalhos de faculdade a tempo) e pesar. Tem um ditado que diz como é bom e complicado ter filhos: a gente não consegue imaginar a vida sem eles, porém a responsabilidade é infinita e grande.
É curioso, estou lendo antes de dormir um livro que ganhei de uma amiga. O livro é de Rubem Alves. De imediato, confesso, não lhe dei muita atenção. Gosto de livros que contam uma história e, na verdade, o livro traz várias pequenas histórias, pensamentos. É como se fosse um blog publicado. Mas comecei a ler naqueles instantes antes de dormir onde não consigo ler nada muito profundo e gostei! É sempre reconfortante ler as palavras de um pensador ilustre e ver que em alguns instantes - modéstia à parte - elas não se distanciam tanto do que a gente pensa e/ou escreve.
Fiz esse parêntese (é assim mesmo, no singular?) para falar de um trecho que li ontem e mencionava a passagem que mais me marcou do livro "O Profeta", de Gibran Khalil Gibran. Trata-se da menção aos filhos em que o poeta libanês diz que nós, pais, somos apenas o arco e que nossos filhos são como flechas lançadas ao mundo. Criada numa família superprotetora, sempre gostei muito dessa passagem e concordo: nossos filhos pertencem ao mundo. Rubem Alves vai mais longe: ele diz que Gibran reduz um pouco a liberdade dos filhos no momento em que faz menção ao arco e flecha, ou seja, os filhos vão na direção que os pais miram. Concordo em parte com ele: a gente pode até mirar, mas a flecha humana faz curvas surpreendentes e parece ter vontade própria.
Esta semana ando me alongando muito nos meus posts que escrevo como flechas lançadas ao mundo. Se elas acertam ou não algum alvo, difícil saber. Meu coração gosta de lançá-las.
Para finalizar quero compartilhar o que considero uma ótima notícia: o prefeito de Cáceres, Ricardo Henry, foi cassado, e não poderá ser diplomado hoje como prefeito para o próximo mandato. Quem assume é o ex-prefeito (2001-2004) Túlio Fontes, o segundo candidato mais votado (a diferença foi de cerca de 500 votos numa eleição em que foi flagrante o abuso econômico dos irmãos Henry- Ricardo e seu "mentor" o deputado federal Pedro).

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