quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Profissão repórter

Televisão me dá sono, em geral. Na segunda-feira, consegui dormir assistindo a "Procurando Nemo", desenho animado que incluo entre meus favoritos. Mas contrariando o meu desejo de ir para a cama às 23h ontem, assisti ao "Profissão Repórter". Valeu a pena, embora os relatos e imagens das pessoas que viveram a tragédia de Santa Catarina tenham me deixado sem sono.
Mas o que quero ressaltar é a qualidade do programa, idealizado e conduzido pelo jornalista Caco Barcelos. É chover no molhado elogiar as qualidades de Caco, profissional que desperta a minha admiração desde muito tempo antes de se lançar ao "estrelato" global.
Seu trabalho como escritor (Rota 66, Abusado e outros) só aumenta seu prestígio entre colegas e estudantes de jornalismo.
No final de 2005, quando esteve em Cuiabá para uma palestra no encontro de jornalistas promovido pelo Sebrae, ele confirmou seu carisma e se revelou bastante simples, como devem (e geralmente são) os verdadeiros jornalistas. Contou que estava trabalhando num novo projeto em São Paulo, que se transformou no "Profissão Repórter".
O programa tem a cara do Caco e ainda funciona como uma escola para jovens repórteres. Mas o que mais me chama atenção (e me cativou no programa de ontem) é a empatia natural que rola entre entrevistados e repórteres. Não é aquela intimidade forçada, nem aquele canibalismo de alguns jornalistas dos programas sensacionalistas. É só aquela compaixão que sempre deveria haver sempre na relação entre jornalista e seus entrevistados. Afinal aquele papo de objetividade e/ou frieza jornalística já era há muito tempo.
Inesquecíveis o sorriso do menino acordado pela mãe com a chegada de Caco - "É o moço da televisão" -, os relatos, lágrimas e expressões das pessoas que sobreviveram à tragédia e perderam filhos, pais, sobrinhos, etc. Muito legal o recurso de mostrar as imagens mais recentes contrapondo-se às do auge da tragédia.
Enfim, vale a pena perder algumas horas de sono para prestigiar o programa do Caco. Pena que ontem tenha sido o último programa do ano. Vida longa ao projeto!

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