terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Analfabetos funcionais

Tem horas que fico tão indignada que não sei o que fazer, confesso. Peguei os jornais diários de Cuiabá e li tanta notícia ruim que fiquei irritada. Notícias variadas sobre deputados faltosos (o campeão de faltas da bancada mato-grossense - advinhem - é Pedro Henry, aquele mesmo de Cáceres, cujo irmão, Ricardo, acaba de ser cassado como prefeito reeleito), flanelinhas que quebraram o retrovisor do carro cujo motorista não quis lhes dar a grana exigida, etc, etc ...
Mas a que mais me aborreceu foi a manchete do jornal "Folha do Estado": 88% dos estudantes da 4ª série do Ensino Fundamental de Mato Grosso não sabem ler e escrever "de maneira plena", segundo o Sistema da Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Estou cansada de ler essas manchetes e nada muda. Muito pelo contrário, o governo do Estado de Mato Grosso bate no peito com orgulho para dizer que tem feito muito pela educação. Trabalhei um ano na Secretaria de Estado de Educação e, com respeito a alguns profissionais bem intencionados que trabalham lá, acho que tinha que implodir a Seduc e começar tudo de novo.
Não sei quem teve a idéia brilhante de acabar com a repetência simplesmente aprovando os alunos saibam eles escrever e ler ou não. Ou seja, vai se empurrando o problema com a barriga numa escola onde pouco se ensina, muito pouco se aprende e o bom professor e o aluno capaz viraram exceção e não a regra.
Está se formando aqui uma geração de analfabetos funcionais que não terão condições de ocupar as vagas de emprego que se abrem na indústria e mesmo no campo (agronegócio). Marginalizados, esses jovens não terão muitas alternativas na vida a não ser a bandidagem e o ócio nada criativo. O resto da história todos conhecem. Até quando?

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