segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"Ai se eu te pego"

Em frente ao Castelo de Praga, 27 de dezembro de 2013

Há poucos dias estava de malas prontas para a partida; hoje, já estou de malas desfeitas.
Foram 15 dias de viagem e provavelmente vou precisar de alguns posts para tentar registrar (para mim e quem mais quiser ler) minhas aventuras e impressões de meu pequeno e breve tour pela Europa. Espero conseguir fazer isso antes que a memória me traia.
A viagem foi maravilhosa e meu único arrependimento foi não ter marcado minha volta para domingo (dia 5) para ganhar mais um dia ao lado de minha filha Marina. 
Em linhas gerais, posso dizer que: 1- Não morri de frio. 2-Fiquei comovida com o carinho dos amigos que nos receberam. 3- Amei Praga. 4- Sou muito grata por essa oportunidade que tive de voltar à Europa.
Foram muitos dias de deslumbramento e de alegria de sentir novos cheiros, provar novos sabores, ver novos rostos e me sentir numa Babel em meio a sotaques, costumes e rostos tão diferentes.
De repente, estou no Castelo de Praga, peço para um rapaz tirar uma foto e descubro que é mais um estudante do Programa Ciência sem Fronteiras e é simplesmente de Cuiabá, a cidade onde moro. 
Ou estou em Dresden, na Alemanha, absolutamente fascinada pela luz do entardecer do outro lado do rio Elba, e uma russa me pede para tirar uma foto dela, retribuindo a gentileza, em seguida.
Foram muitos encontros, alguns bem pontuais, mas fundamentais para que chegássemos aos nossos destinos sãs e salvas. 
E pensar que essa viagem começou meio mal, já que fui detida na Imigração quando chegava ao aeroporto Schiphol, em Amsterdam. 
O funcionário da Imigração me perguntou em que hotel ia me hospedar na cidade e, diante de minha resposta de que ficaria com minha filha, quis ver o ticket da passagem de volta, que eu não tinha, embora estivesse comprada.  
Resultado: fui levada para uma sala onde já estavam outras pessoas recém chegadas no mesmo voo e tivemos que aguardar que todos os demais passageiros da fila passassem pela imigração para termos nossos destinos decididos.
Tenso. A moça ao meu lado perguntou se eu tinha uma carta da minha filha dizendo que ia me hospedar na casa dela. Ela tinha uma carta dos parentes e eu sequer tinha essa carta.
Mas, finalmente, chegou minha vez de ser ... interrogada e tudo se resolveu a contento. O funcionário gentilmente me fez várias perguntas sobre o motivo da viagem, a situação da minha filha, perguntou quanto dinheiro tinha trazido e pediu para ligar para minha filha. Ainda bem que ela atendeu imediatamente. Ele lhe perguntou sobre tudo que eu tinha dito e se ela queria falar comigo. Enquanto falávamos, ele carimbou meu passaporte. 
Ao seu lado, outro funcionário da Imigração se divertia cantando "Ai seu te pego..." - o sucesso internacional do brasileiro Michel Teló. Argh ...
Na saída, vi que uma das moças detidas comigo chorava  Ela veio ao encontro do namorado, mas ele ainda não tinha atendido a ligação do policial. Abracei-a e fui me embora correndo depois de lhe desejar boa sorte. Peguei minha mala na esteira e corri ao encontro de minha filha.
Fim do primeiro capítulo.  

Dresden,  29 de dezembro de 2013





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