quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Entre amigos


 O trecho Dresden - Hamburgo foi o único que fizemos de ônibus já que o preço da passagem estava mais barato comparado ao do trem. 
A viagem durou aproximadamente quatro horas e, para variar, tivemos que trocar de veículo (como sempre acontecia nas trajetos de trem). Num dos trechos, sentamos em poltronas próximas a uma alemã muito estranha que chamou a atenção de Marina quando ela pegou seu celular. 
Ué, desde quando, é proibido usar celular em ônibus? - a gente se perguntou. Mas a mulher tinha um olhar de louca (além de ser bem robusta) e achamos melhor não questioná-la.
Chegamos a Hamburgo pouco depois das 18h e ficamos na dúvida se nossos amigos Johann e Martina estariam nos esperando conforme combinado, já que não conseguimos responder às inúmeras mensagens enviadas por SMS (Marina não tinha crédito para responder).
Descemos do ônibus e decidimos procurar um telefone público, mas enquanto olhávamos em volta, Marina viu um casal que passava com jeito de quem procurava alguém. O casal andava rapidamente e tivemos que correr atrás dele. Eu gritei "Johann" e o homem se virou. Ufa, eram eles.
Aqui cabe uma breve explicação sobre nossos amigos alemães.  Há quase 20 anos, quando Marina tinha pouco mais de 2 anos, Johann e Martina moraram em Cáceres (a 210 km de Cuiabá). Ela fazia sua pesquisa e tese de doutorado sobre a região para a Universidade de Tübingen, na Alemanha. Eles tinham uma filhinha, Sophia, e acabamos ficando muito amigos. A família retornou para Alemanha e, em 2012, voltamos a nos encontrar, em Cuiabá, durante uma viagem dos três ao Brasil. No segundo semestre do ano passado, entrei em contato com eles diante da minha decisão de visitar a Europa e surgiu o convite para visitá-los em Hamburgo, com oferta de hospedagem.





Johann, Martina e Sophia nos ofereceram muito mais. Eles nos convidaram para saborear uma autêntica comida portuguesa no restaurante Sagres, na noite de nossa chegada (Hamburgo tem uma grande colônia de portugueses); caminharam incansavelmente pela cidade conosco no dia 31 nos mostrando os atrativos de Hamburgo e nos ofereceram uma festa de Réveillon num centro cultural, com direito à ceia e a vários ambientes de dança. Serei eternamente grata a eles.
Ainda fizeram questão de nos levar à estação de trem de onde partiríamos para Amsterdam às 9h do dia 1º.  Tudo isso, entrando e saindo do metrô, e caminhando sob o ar gelado de Hamburgo.
Visitamos o "Porto Maravilha" (o nome é uma brincadeira de Martina com o projeto de revitalização do Porto do Rio de Janeiro),
comemos waffle com calda de uma frutinha vermelha e sorvete num café lotado de gente, e subimos na torre da Catedral Saint Michel, no cair da noite (132 metros de altura - quase congelei meus dedos para tirar fotos, mas a qualidade não ficou boa porque já estava escuro).


















Mais do que isso, desfrutamos da hospitalidade da família. 
Um detalhe, Sophia, hoje com 19 anos  e estudante universitária, adora o Brasil e passou seis meses em nosso país no primeiro semestre do ano passado. Na noite do Réveillon, ela não ficou com a gente porque teve que trabalhar (num café).
Os três falam e entendem português, e eu estou louca para ter a oportunidade de retribuir um pouco de sua gentileza numa próxima vinda da família ao nosso país.
Ah, Hamburgo é uma cidade muito bonita e, se estivesse menos frio, teria aceito o convite de Martina e Johann para fazermos um passeio de barco. Quem sabe num próximo encontro?



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