quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ser mãe é muito bom!

Chove, chove, chove. A chuva é boa, mas me deixa muito angustiada, não sei dizer exatamente o motivo. Essas chuvas torrenciais de verão me assustam.
Mas não é sobre isso que quero falar e sim sobre uma sensação boa deixada por um comentário de minha filha mais velha no Facebook. "Mãe, não sei o que seria de mim sem você, muito obrigada por tudo, te amo". Sei que foi sincero, por isso me comoveu. Nem precisava ser tão público, mas a forma como ela disse isso me deixou feliz e me fez pensar.
Hoje, de manhã, entrevistei um médico muito legal para a próxima edição da revista Corpo e Arte. O tema é uma doença que, segundo ele, atinge mais mulheres e, em geral, mulheres que assumem para si um monte de encargos.
É claro que eu me identifiquei em parte com isso. Que mulher da minha geração não se identificaria?
A gente goza de privilégios que nossas mães e avós não tinham, especialmente da liberdade de trabalhar fora, ter seu próprio dinheiro e escolher seus parceiros, porém assumimos tantas responsabilidade e não temos, como disse o meu entrevistado, as mesmas condições dos homens para enfrentar certas tarefas e exigências.
Meu leitor atento deve estar se perguntando por que mudei tão bruscamente de tema. Eu não mudei. Tudo tem a ver. Logo após essa entrevista corri para a empresa onde trabalho à tarde para resolver um problema emergencial; em seguida, corri para casa para ajudar minha filha num trabalho de final de semestre e, depois do almoço num restaurante a kilo perto da minha casa, dei-lhe uma carona para a UFMT. Na verdade, a ajuda era mais intelectual no sentido de ajudá-la a organizar suas ideias para um trabalho que ela vai escrever à noite a partir de visitas e entrevistas feitas.
E aí, quando seguia para a editora onde trabalho à tarde, eu me toquei de uma coisa: eu me cobro tanto - por não ter hoje a situação profissional almejada, a situação financeira confortável, a relação com um parceiro sonhada - que acabo não dando valor a uma função que tento desempenhar da melhor maneira possível: o ser mãe. Não é porque minhas filhas têm 21 e 19 anos que deixo de ser mãe ou de desempenhar tarefas como mãe.
É claro que houve um tempo que ser mãe me consumia mais tempo e energia: quando elas eram bebês e ainda dependiam de mim para quase tudo. E procurei me dedicar o máximo nessa época, deixando de lado questões profissionais e pessoais.
Mas meu propósito aqui não é ficar me autoelogiando como mãe, só quero me permitir reconhecer como uma coisa boa, desejável e louvável o meu desempenho como mãe. Dá licença?

2 comentários:

Jane disse...

Finalmente vc chegou a uma conclusão à qual todos q a conhecem de verdade, inclusive as suas filhas, já tinham chegado há mto tempo. Custou, mãezona...! Bjs.

Martha disse...

Antes tarde do que nunca! Bjs