sábado, 3 de dezembro de 2011

Papo bravo

A semana termina sob o impacto das contradições. Por um lado, alegria pelas conquistas de minhas filhas: a de Jaboticabal me envia uma mensagem feliz da vida com o fato de ter conseguido aprovação em duas matérias das mais cabeludas do curso de Agronomia da Unesp; a de Cuiabá exulta com o 10 conquistado num trabalho de Elétrica no curso de Arquitetura da UFMT. É gostoso ver nossos filhos envolvidos e empolgados com o curso que é fruto da primeira escolha realmente significativa de suas vidas e que representa a entrada no mundo adulto.
Por outro lado, pesar pela morte de um rapaz de 29 anos que estava justamente iniciando uma segunda etapa da vida adulta: formado em Medicina pela UFMT,  Maurício Rafael Alencar, já estava fazendo a residência num hospital de Cuiabá. Ao que tudo indica, ele perdeu o controle da moto quando voltava para casa de madrugada, foi arrastado até uma árvore e morreu.
Fiquei muito triste quando li a notícia e mais triste quando vi que o rapaz era irmão de uma amiga de minha filha mais velha.
Quando retornou do velório e do enterro e se preparava para ir ao aniversário de um amigo de infância, minha filha comentou: "A gente não pode reclamar de nada".
É ... Ela tem razão, mas eu acrescentaria: "E como lidar com isso: a certeza de que qualquer um de nós pode morrer a qualquer momento?"
Este ano, fiz amizade com um escritor e filósofo que tenta me convencer de que não devo me preocupar com a morte, que só existe numa dimensão futura (não sei se consegui expressar exatamente seu pensamento no meu esforço para simplificá-lo). A chave de tudo é viver no "aqui e agora". Há muito tempo, recebi essa mensagem, porém nunca consegui trazer isso para minha vida.
Eu me inquieto com a certeza da morte e a incerteza da vida pós-morte. Se esta não existe, não deveríamos nos inquietar tanto. Acabou, acabou. Mas como é difícil romper com as crenças que trazemos desde a infância e, ao mesmo tempo, como sou lerda na busca de respostas a essas questões!


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