sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Professor

Ontem eu falava sobre missão e pessoas que levam a vida de uma forma coerente.
Hoje quero falar sobre uma pessoa assim, uma das mais iluminadas que tive o prazer de conhecer: o Professor (esse sim merece maiúsculas) Natalino Ferreira Mendes.
Acabei de saber que ele faleceu nesta madrugada, aos 87 anos, às vesperas de completar 88 ( no dia 3).
Sempre digo que Cáceres me trouxe muitas coisas boas e uma das melhores foi ter conhecido o professor Natalino. Quem me conhece sabe o quanto estou falando a verdade.
A gente se conheceu por causa do livro sobre dona Estella. O professor Natalino não é historiador formado, mas é uma das pessoas que mais se debruçou sobre o registro da história de Cáceres e era natural que eu fosse procurá-lo como fonte de pesquisa.
Ele me abriu as portas de sua casa e de seu coração. Chamava-me carinhosamente de "professora" (eu dava aulas na Unemat, na época) e era sempre muito gostoso conversar com ele. Reconheço que algumas pessoas mais velhas guardam um pouco da amargor, rancor, mas com certeza esse não era o caso do professor Natalino. Ele era tão generoso e parecia uma vez pessoa sempre em paz!
Meu livro "Cantos de amor e saudade" ("Estrela de uma vida inteira", na versão original lançada em Cácrres, em 1998) não seria o mesmo sem a sua contribuição.
Tudo que eu disser aqui será pouco para expressar minha tristeza de não poder revê-lo mais uma vez e receber o abraço de sua figura esguia e elegante.
Levarei meu abraço à família maravilhosa que ficou, em especial, à minha querida amiga Olga Maria, professora e escritora, como o pai.
Li há pouco um texto de um amigo que falava sobre "anjos humanos". O professor Natalino foi um deles.

Um comentário:

Anônimo disse...

Certamente pessoas como o professor Natalino, descrito tão carinhosamente por você, são o equilíbrio que precisamos nesse nosso mundo. Mas ele já fez sua parte. Será que fizemos a nossa? Eu não fiz, Martha e me penitencio a cada segundo por conta da minha inércia. Mas culpa não leva a nada. Então, começo por te dizer que se o professor Natalino a ajudou no seu livro, é porque você fez por merecere também a sua luz.
Feliz Natal!