quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Minha missão

Acabei de conversar com uma pessoa que conheço há uns 13 anos e sobre quem devo escrever um perfil. Nunca fomos amigos, porém tivemos um relacionamento de trabalho quando eu morava em Cáceres. Ela me disse que veio para Mato Grosso com uma missão e tem se mantido coerente com o cumprimento dessa missão.
Achei bonito isso. Fiquei me perguntando qual é a minha missão (se é que tenho alguma).
Todo esse preâmbulo tem muito a ver com o meu momento atual. Ando me questionando tanto que sequer me animo a escrever no blog. Falar sobre o que? A minha decepção com os políticos mato-grossenses e do Brasil em geral, sobre a corrupção, sobre a miséria do Pronto Socorro, a violência crescente de Cuiabá? Não acho que não seja importante falar sobre tudo isso, mas já há gente suficiente falando disso com mais propriedade tanto na mídia convencional quanto na universo dos blogs.
Não tenho histórias interessantes, nem aventuras de viagem para contar para contar neste momento. Seria a hora de fechar o boteco e mudar de ramo? Criar outra identidade como blogueira, um outro blog?
São questões que me assolam neste fim de ano, embora ainda não seja este o post de balanço de 2011.
Minha questão crucial hoje é identificar se tenho uma missão e qual é ela. As empresas, hoje em dia, exibem orgulhosas sua missão, visão de futuro e valores. Muitas colocam tudo isso num quadro exposto na parede. Em geral, são palavras bonitas e nem sempre condizentes com a realidade.
Qual é a minha missão? Minha visão? Meus valores?
Você já se fez essa pergunta algum dia?
É curioso porque não tenho muita dificuldade de identificar meus valores: ética, transparência, respeito ao próximo. Mas será que vivo realmente de acordo com esses valores? Tenho conseguido transmit-los às minhas filhas e às pessoas que estão em volta de mim? Ou será que estou muito fechada e incapaz de compartilhar esses valores com as pessoas com quem tenho contato seja pessoalmente, seja através deste blog ou mesmo dos trabalhos que executo como jornalista e escritora?
O quanto me afastei do meu caminho inicial? Por que me afastei? Será que ainda dá tempo de retomá-lo? Retomar minhas aspirações e sonhos de criança, a minha alegria sem motivo, motivada apenas pelo fato de estar viva e ser, sem cobranças (internas e externas) e frustrações?
O que me impede de tentar mudar as coisas que estão erradas? É claro que não vou poder mudar o mundo, mas não posso me sentir derrotada a priori, não preciso entregar os pontos e me entregar ao pessimismo deslavado. Preciso acreditar em alguma coisa. Urgentemente.

3 comentários:

Anônimo disse...

Martha, um blog nem sempre é feito de opiniões sobre as coisas que acontecem aos outros. Lógico que não precisa ser como eu, meio megalômano, focado em meu umbigo, mas não dá pra dissociar a opinião da vida de quem a emite.
Sua missão é seguir seu coração. Não é lirismo barato, não, menina! A maior missão é aquela que nos leva a realizar nossos desejos observando nossos valores. Ficar em paz conosco. Você já fez tanta coisa, escreveu livro até! Transformou de alguma forma pessoas ao seu redor, criou e cria filhos, transportou pra fora de si tudo o que tinha de bom e um pouco do que ainda resta de ruim.
Quando nos indagamos sobre nossa missão, talvez seja o momento de refletirmos sobre a nossa coerência interna, como você bem escreveu. Não a coerência entre palavras e atitudes, fundamental também, sem dúvida. Refiro-me à coerência entre o que nos realiza e o que realizamos. Barbaridade, tô tagarelando muito... rs Eu sinceramente não acredito que as pessoas com más ações se realizem. Por isso, realizar-se não é egoísmo, pois exige trabalhar a própria capacidade que temos de realizarmos o máximo de bem que pudermos. Desculpe minha filosofia barata...rs Bj

Dete disse...

Martha, Talvez sua missao seja sair pelo mundo questionando, fazendo preguntas, instigando as pessoas a pensar. Bjs

Martha disse...

Bacana, meus amigos! Com essa história de Natal, tenha visto esses comentários. Obrigadão! De coração!